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(GMT+08:00) 2004-11-05 16:02:44    
Dawazuoma, primeira treinadora de equitação tibetana

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O sol da primavera brilha sobre um jóquei do Planalto Qinghai ? Tibet. Às 10 horas, começa o treinamento de equitação. Uma mulher corajosa, mais de 30 anos, orienta os jovens para passear com cavalos e trotar no gramado. Minutos depois, aceleram os passos pouco a pouco. Os jóqueis ficam ora de pé, ora deitado sobre os cavalos. Ouve-se o relinchar dos cavalos e a voz da treinadora no gramado. Ela que se chama Sawazuoma é a primeira treinadora de equitação tibetana. No programa de hoje, apresentaremos a carreira de equitação desta tibetana.

Os tibetanos residentes no Planalto Qinghai ? Tibet são mestres em cavalaria e no tiro de arco e flecha. Adoram a equitação, modalidade esportiva preferida na região. Há 18 anos, formou-se na Região Autônoma do Tibet a primeira equipe de equitação profissional, composta por 40 jovens, inclusive Dawazhuo, 16 anos. Ninguém imaginava que a integração dela e outras mais de 10 moças chamaria tamanha atenção na região. Naquele tempo, para a maior parte dos tibetanos, a equitação era uma modalidade para os homens. Informada, toda a família de Dawazuoma manifestou-se contra tal decisão. Pois eles achavam que não convinha à moça a equitação, pois lembra um combate de cavalaria. Entretanto, por curiosidade ou interesse, ela ingressou na equipe sem nenhuma hesitação.

Recordando o passado, ela diz:

"Fiquei com medo no primeiro contato com o cavalo. A mongol Jinghua, nossa primeira treinadora, ensinou-nos a passear com cavalo e trotar e pouco a pouco me familiarizei com os cavalos".

O show de equitação teve início na guerra de cavalaria. A equitação moderna é mais uma apresentação artística, tais como dança e ginástica nos cavalos. Após treinamentos rigorosos, Dawazuoma e suas companheiras podem fazer com habilidade diferentes movimentos em cavalos e fazem apresentações em todo o Tibet, atraindo um crescente número de espectadores em todo o Tibet. O público fica boquiaberto, quando vê Dawazuoma e suas companheiras saltar, dançar e até dar piruetas sobre os cavalos. Parte deles até não acredita como elas conseguem fazer movimentos tão difíceis. É realmente uma apresentação incrível. As artistas constatam com satisfação que seus números são mais aplaudidos do que dos rapazes. Dawazuoma afirma que se sente orgulhosa por fazer os mesmos movimentos com os rapazes.

Os sucessos da apresentação resultam em treinamentos árduos. Até agora ela tem o punho da mão direita parcialmente recuperado. Os pés machucados doem-lhe às vezes no inverno. Dawazuoma disse que ela não tem nenhum talento especial para a equitação. A habilidade resulta em treinamentos árduos. Para ela, as quedas do cavalo são muito freqüentes. Já quebrou o braço direito e a articulação da mão direita. E uma vez ficou em coma durante 24 horas. Entretanto, ela revelou que felizmente mesmo com estes acidentes nunca suspendeu o treinamento e a apresentação. O cavalo traz-lhe as dificuldades e a alegria.

"Fazer movimentos no cavalo é muito árduo e excitante. Mesmo correndo o risco, quero enfrentar o desafio. Quando cantamos em voz alta no cavalo, eu e minhas companheiras estamos satisfeitas e emocionadas".

Graças ao profundo amor e aos grandes esforços pela equitação, Dawazuoma

tornou-se uma excelente equitadora. Nos 18 anos da carreira profissional, ela ganhou em três ocasiões os melhores prêmios no show dos Jogos Étnicos Nacionais da China. E não pode esquecer dois cavalos que a acompanharam nestes 18 anos. O primeiro chamava-se Sunzhu, nome que significa em tibetano "há de concretizar o que deseja". Ele a acompanhou em numerosas corridas durante os primeiros 13 anos. Dawazuoma afirmou que Sunzhu era muito manso e entendia quase tudo o que ela dizia. Recordando o cavalo, ela diz triste:

"Nos momentos de socorro, eu estava sempre ao lado de Sunzhu. Porém o tratamento de emergência não deu sucesso. Chorei muito e guardo até hoje o rabo do cavalo como uma lembrança preciosa. Tenho grandes saudades dele".

O cavalo que tem agora se chama "Buno", nome que significa em tibetano o amor. Depois de cinco anos de contactos, ela mantém uma profunda ligação afetiva com Buno, que pode ajudá-la a cumprir importantes missões.

Depois dos 18 anos da carreira, Dawazuoma é agora a primeira treinadora da equitação do Tibet. Além de treinar vários equitadores profissionais, ela ministra cursos para grupos de amadores. É muito séria e exigente nos treinamentos. Faz severas críticas, quando necessário. Naturalmente são inevitáveis os atritos entre ela e os alunos. Porém, eles gostam muito da treinadora. Nas horas de folga, eles vivem bem como se fosse irmãos. A discípula Labaqunda diz à nossa reportagem:

"Nos momentos de treinamento, ela é séria e exigente. Porém nos trata bem. Quando alguém sofre ferimento, ela fica preocupada. E sempre é a primeira a estender a mão quando alguém encontra dificuldades. Quando alguém precisa pagar a assistência médica, ela ajuda-nos sem hesitação. Cuida bem dos menores. Às vezes, alguns deles não são aplicados e ela os ajuda com paciência".

No ano passado, a equipe de equitação dirigida por Dawazuoma ganhou duas medalhas de ouro, 4 de prata e 5 de bronze nos Jogos Étnicos Nacionais. Ela afirmou que quando os alunos recebem medalhas, ela recorda sempre a cena em que ela recebeu a primeira medalha há mais de dez anos. Ela se dedica à carreira que adora durante toda a vida. Mostra grande entusiasmo e seriedade ao treinamento, a fim de formar mais equitadores profissionais e amadores para o Tibet.

No Tibet de hoje, as mulheres também participam das carreiras que os homens costumam ocupar, obtendo bons resultados. As policiais, eruditas e empresárias como Dawazuoma trabalham nos diferentes setores do Tibet.

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