Esta é uma história verídica datada de mais de 300 anos. O pensador Huang Zongyi (1610-1695) tinha um sobrinho que trabalhava na corte. Um dia o sobrinho o convidou para um banquete, ao cair da noite , Huang se preparava para o regresso a sua casa. Seu sobrinho pediu para que ficasse tomasse mais um licor e em seguida pediria para uma de suas empregadas servir de companhia durante a noite. Huang, bastante sério respondeu que somente os ladrões e os amantes necessitavam sair a noite e não sendo nem um nem outro, teria que ir.
Na China Antiga, a noite era o contraste da claridade, tinha assim um sentido pejorativo. Nas novelas, a noite era um bom cenário para os criminosos.
Por este motivo os governantes nunca programavam suas atividades para o período noturno.
Desde o surgimento das primeiras cidades chinesas, existia o toque de recolher , tradição mantida até o século passado.
Todo dia ao anoitecer, as cidades fechavam os portões, não era permitida a entrada ou saída , salvo aos que tinham permissão especial. Os portões se abriam novamente ao amanhecer do dia seguinte.
As cortes imperiais vigiavam os que chegavam das atividades noturnas, haviam um controle rígido.
Por exemplo, durante a dinastia Ming foi estipulado que os hotéis ou casas de alojamento deviam ter registrado os dados detalhados dos clientes, informações como o conteúdo da bagagem, se possuíam arcos, flechas ou outro tipo de armas.
Por esta razão os chineses adquiriram o hábito desde a antigüidade de acreditarem que sair à noite não era conveniente.
Existe um ditado chinês muito propício para descrever esse costume " trabalhar ao nascer do sol e descansar ao seu crepúsculo ".
Estava reservada para uma pequena parte da população, que formava a elite da sociedade, atividades de leitura, pintura, compor poesias e divertir-se a noite inteira ouvindo música e novelas clássicas chinesas.
Este tipo de diversões noturnas não era bem vistas na concepção ortodoxa, consideradas práticas insignificantes das pessoas sem grandes aspirações e força de vontade.
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