A aldeia de Xiaogang na província do Anhui ficou famosa por sua reforma em busca da sobrevivência. Ao falar da reforma da China, especialmente no meio rural, a aldeia de Xiaogang é uma referência indispensável.

Em dezembro de 1978, perante o grave problema de fome, dezoito camponeses da aldeia de Xiaogang assinaram, às escondidas, um contrato de responsabilidade familiar pela produção e distribuiram os terrenos de propriedade coletiva para as famílias camponesas.

O novo sistema de produção mobilizou a iniciativa dos aldeãos pela produção. Apenas um ano depois da assinatura do contrato, a renda anual per capita na aldeia saltou de 22 yuans para 400 yuans, enquanto a produção de cereais foi a soma dos cinco anos anteiores.

Uma "aventura" da aldeia de Xiaogang inaugurou o prelúdio da reforma rural da China. Hoje, o contrato firmado por camponeses com impressões digitais está se preservado no Museu Estatal em Beijing como um objeto precioso da história. Até fins de 1984, o sistema de responsabilidade familiar pela produção se popularizou em quase todas as aldeias do país e a reforma provocou grandes mudanças ao meio rural chinês reconhecidas por todo o mundo.

Hoje, a produção de cereais da aldeia aumentou 39 vezes e a renda anual per capita, cerca de 100 vezes. E uma nova onda da reforma está se realizando na aldeia, que passou de uma entidade exclusivamente dedicada à agricultura tradicional, para uma entidade integrada de agricultura, indústria e comércio, com o que a sua renda anual per capita espera se elevar de uns 2 mil yuans para 5 mil yuans.

A China conta com 1,3 bilhão de habitantes, sendo o país mais populoso no mundo. Desde a fundação da Nova China, sobretudo com a aplicação da política da reforma e abertura desde em 1978, o governo chinês prioriza a agricultura nos seus trabalhos, obtendo grandes êxitos.

Através dos esforços de 55 anos, a produção de cereais e da maioria de produtos agrícolas do país aumentou em grande envergadura, e vários principais produtos lideram a produção em todo o mundo, o que possibilita uma oferta suficiente do mercado e representa um passo bem significativo na história da China, país agrícola tradicional. A produção de cereais aumentou de 113 bilhões de tonelada em 1949 para 450 bilhões de toneladas em 1993. Em 1995, este número saltou para 500 bilhões. A produção por hectare passou de 1.035 quilos em 1949 para 4.627 quilos em 2001, registrando uma alta de 350%. Nos últimos anos, o governo chinês tem se empenhado na reforma da estrutura da economia agrícola em busca do aumento da renda dos camponeses. Segundo os dados atualizados, a receita per capita dos camponeses chineses chegou a 1.345 yuans (cerca de 162,5 dólares) na primeira metade do ano 2004, crescendo 16,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Neste processo de desenvolvimento, os conceitos e pensamentos dos camponeses têm conhecido profundas transformações. Muitas aldeias rurais começaram a passar de entidades agricultural tradicional para entidades integradas de agricultura, indústira e comércio como a aldeia de Xiaogang.

Segundo os dados do Ministério da Agricultura, existem agora mais de 20 milhões de empresas rurais, criando mais de 30% do valor do PIB do país e absorvendo 130 milhões de mãos de obra excedentes do campo.