Quando um doente vem consultar o médico tibetano, é-lhe perguntado primeiramente sobre os seus sintomas, como e quando começou a se sentir mal e depois toma-lhe o pulso por dois ou três minutos. Mais tarde, verifica a língua, examina a urina pela cor. De acordo com o diagnóstico o médico prescreve uma receita, dando-lhe um pacote de pílulas pretas. Esse é o método de tratamento médico tibetano.

A tomada de pulso dos médicos tibetanos é semelhante à dos médicos clínicos. De fato, a medicina tibetana relaciona-se intimamente com a medicina tradicional chinesa. Antes do século VII, o diagnóstico através dos pulsos já se difundiu por todo o planalto tibetano, chegando até à Índia. Mais tarde, as princesas Wencheng e Jincheng da dinastia Tang casaram-se com os chefes de tubo Songtsan Gambo e Chide Zutsan. As duas princesas levaram para o Tibet um grupo de médicos e farmacéuticos assim como muitos livros sobre a medicina. Com base nas experiências de combate às doenças, os tibetanos assimilando a essência da medicina Han e incorporando a medicina antiga da Índia criaram assim a famosa medicina tibetana.

A medicina tibetana tem a sua própria teoria. Considera que o corpo humano é constituído por três elementos: energia vital, bílis e flegma no corpo. O equilíbrio destes três elementos determina a saúde da pessoa. A medicina tibetana é uma das mais antigas do mundo que deu contributos para a embriogenia. Por exemplo, ela considera que o feto é formado pelo esperma e pelo sangue da mãe. O desenvolvimento do feto passa por três estágios: peixe, tartaruga e porco. Isto indica vivamente que o crescimento do feto é a repetição da evolução animal. Com o costume de "enterro celestial" (para que os cadáveres sejam devorados pelos abutres), os médicos tibetanos conheceram bem a anatomia e patologia. Eles consideram que o corpo humano tem pulsos pretos e brancos, pulsos batidos e não batidos. Os pulsos brancos espalham-se por todo o corpo, que são os nervos, e os pulsos pretos são os vasos sanguíneos.

Os remédiso tibetanos constituem-se essencialmente de plantas, animais e minérios do planalto do Tibet. Tais medicamentos apresentam-se sob várias formas, como pílulas, pó, tisana, pomada e álcool. Por causa das condições naturais do planalto - altura elevada e baixa pressão atmosférica - os médicos tibetanos preferem usar pílulas e pó, de outra maneira não se consegue obter todos os efeitos da substância medicinal.

A medicina tibetana é muito eficaz para as doenças mais frequentes da região: úlcera, artrite reumática, hipertensão, gota-coral, etc. As suas pilulas são feitas com muitos ingredientes, às vezes até com oitenta.