O aumento dos preços do petróleo está influenciando negativamente a economia chinesa. A fim de diminuir seus impactos, a China, um grande consumidor energético, está reagindo ativamente para enfrentar os novos desafios mundiais. Segundo informações do Ministério do Comércio da China, a China está negociando com uma empresa sul-africana sobre a viabilidade de instalar equipamentos em Shaanxi e Ningxia para converter o xisto betuminoso em gasolina ou diesel.
O projeto terá um investimento total de US$ 6 bilhões e poderá produzir seis milhões de toneladas de combustível anualmente. "Isso significa que a China está reforçando sua cooperação tecnológica internacional na conversão de carvão em óleo, o que reduzirá a dependência do País das importações petrolíferas", analisou um funcionário do governo chinês.
Cientistas explicam que com tecnologia específica, o carvão mineral pode ser liquefeito em gasolina, diesel e gás da cozinha, e esta tecnologia vai aliviar a carência energética da China. A China possui uma reserva de carvão superior a um trilhão de toneladas, correspondendo a 70% dos recursos energéticos do País. Com tal tecnologia, o custo para converter um barril de gasolina ou diesel é de por volta de US$ 20, mais barato que os preços estipulados pela OPEP de US$ 22 a US$ 28, além de priorizar a industrialização a tecnologia na China.
Em julho, uma usina com capacidade para processar diariamente seis toneladas de carvão entrou em operação experimental em Shanghai, enquanto o Grupo Shenhua, a maior cia carbonífera chinesa está planejando montar uma fábrica para liquefazer carvão na Mongólia Interior, com investimentos de US$ 7,5 bilhões, prevendo a uma produção anual de cinco milhões de toneladas de óleo, quando concluída a primeira fase em 2008.
A China atualmente é a segunda maior importadora de ouro negro no Mundo. Ultimamente o preço do petróleo vem aumentando, criando grande pressão sobre as economias nacionais. Segundo especialistas, a mudança de um dólar no preço do ouro negro no mercado internacional resulta na agitação de 0,043% no PIB chinês. Economistas chineses consideram que é urgente estabelecer o mercado de futuros do petróleo para que as empresas do setor possam usufruir do sistema global de cotas.
Para Zheng Xinli, vice-diretor da Assessoria da Elaboração de Políticas do governo central, "a China influencia o preço do petróleo numa escala inferior a 0,1%, o que não corresponde à sua imagem de uma potência energética. O país deve aprender como diminuir os riscos e proteger seus próprios interesses no comércio internacional".
Para o professor Chen Huai, do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento do Conselho de Estado, "a China não tem a capacidade suficiente para enfrentar as agitações dos preços do petróleo em curto prazo, não contando com meios eficazes e rápidos para adquirir o ouro negro com nas bolsas a um preço relativamente baixo".A China deve estabelecer seu próprio mercado de futuros do petróleo e sistema de cotas. Com isso as empresas domésticas possam ficar a par das mudanças da procura e demanda no mercado nacional para evitar riscos.
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