Preocupado com a falta de sucessores da manchulogia, Guan Jialu, diretor do Instituto de História da Academia de Ciências Sociais de Liaoning e diretor do Centro de Manchulogia da China disse à imprensa que para fazer florecer a cultura da etnia manchu e os estudos acadêmicos, os departamentos concernentes deverão salvar, o mais rapidamente possível, a língua manchu, tanto em suas formas orais quanto escritas.
Segundo Guan, a China possui mais de dez milhões de manchús, mas os que dominam a Língua não passam de 100 e os que entendem sua forma escrita somam apenas vinte. Por consequência, chegamos a um momento crítico para o resgate desta língua e da manchulogia. Para nosso consolo, um crescente número de pessoas no país reconhece o grande valor dos arquivos e documentos em manchu conservados na província de Liaoning.
No Japão, Alemanha, Rússia, Itália e Estados Unidos, há pessoas dedicadas à manchulogia e que obtiveram notáveis êxitos neste aspecto, disse Guan. Alguns deles falam e escrevem em manchu tão bem que nos impressionam e que nos sentem a responsabilidade da missão dos manchulogos chineses.
Guan assinalou que o manchu era a língua oral e escrita oficial da dinastia Qing (1644-1911). Todos os tratados de Qing com outros países e seus editos e documentos importantes tinham versões em manchu, e os governadores das províncias e os ministros da corte imperial em Beijing apresentavam ao monarca informes em manchu sobre assuntos militares e a situação dos funcionários e do público, a fim de guardar os segredos do Estado. Durante a dinastia Qing, um grande número de documentos oficiais foram traduzidos para o manchu. No período dos imperadores Kangxi, Yongzheng e Qianlong (os três no trono de 1662 a 1796, sucessivamente), em particular, se formou um enorme arquivo de documentos em manchu, traduzidos para o Chinês Clássico. Além disso, muitas inscrições em lápidas e livros de árvore genealógicas do período Qing foram escritos em manchu. Os documentos legados pela Dinastia Qing testemunham sua história e se referem a seus assuntos nacionais e internacionais, constituindo uma preciosa herança histórica e uma riqueza cultural da China. Os documentos dos arquivos em manchu são tão numerosos quanto as gotas do mar. O Arquivo Histórico Nº 1 da China, de fama mundial e o Arquivo de Liaoning conservam vários milhões de documentos em manchu. Por outro lado, as bibliotecas, os centros docentes superiores, as entidades de investigação e os departamentos de arquivos de Beijing, as províncias de Liaoning, Hebei e Heilongjiang e a Região Autônoma da Mongólia Interior também possuem uma grande quantidade de documentos e livros nesse idioma. Assim pois, compilar e traduzir os documentos em manchu do período Qing nos proporcionará fontes históricas primárias para novos estudos sobre esta Dinastia e da etnia manchu.
Na opinião de Guan, o preparo de quadros especializados em manchu é uma tarefa premente e se reveste de um significado transcendental para salvar a herança cultural desta etnia e fazer prosperar sua cultura e os estudos acadêmicos. Atualmente, na China, os linguistas especializados nesta língua são tão raros que Guan Jialu se esforçam durante anos para preparar especialistas neste campo.
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