Entre os dias 2 e 6 de setembro, a XI Feira Internacional do Livro de Beijing, uma das mais importantes eventos do gênero da China, teve lugar na capital chinesa.
A feira atraiu casas editoriais de 42 países e regiões, e reúniu mais de 10,000 títulos de livros e cerca de 1,000 produtos audiovisuais, respectivamente.
Contou com uma área de exibição de 26,800 metros quadrados e 984 postos.
O evento foi patrocinado pela Administração Geral de Edição e Publicação da China e outros seis departamentos pertinentes.
Antes da inauguração da Feira, foi realizado o Fórum Internacional de Publicações de Beijing de 2004. Os grandes grupos de edição internacionais assistentes ao Fórum têm mostrado grande interesse pelo mercado da exportação de livros e revistas chinesas, apesar de que a China exporta muito menos do que importa.
O fórum de dois dias de duração concluiu dia primeiro de setembro e a ele assistiram multinacionais como Pearson Plc, Hachette Filpacchi, Thomson Learning e Hachette Livre, entre outros.
Peter Field, presidente da seção da Ásia do Grupo Penguin Press, afirmou que sua companhia abrirá seu primeiro escritório na parte continental da China no ano que vem para que o mundo conheça os excelentes escritores chineses. "As publicações chinesas só ocupam uma parte muito pequena de nosso volume de negócio global, mas a perspectiva é boa", sublinhou Peter Field.
Por sua parte, Thomson Learning, editorial de livros especializados e educativos, revelou que tinha mantido conversações com algumas bibliotecas chinesas para publicar alguns materiais. O presidente internacional de Thomson, Greg Browne, afirmou que as grandes bibliotecas chinesas, como a Biblioteca Nacional da China e a Biblioteca da Universidade Qinghua, contam com coleções de primeira categoria, especialmente em engenharia e matemáticas. "Uma vez que publiquemos estes livros, os leitores, inclusive em Nova Iorque, podem buscar informação sobre os mesmos no banco de dados de Thomson", acrescentou.
Frederic Meriot, presidente do departamento de Desenvolvimento do Grupo de Edição de Hachette, manifestou que de acordo com o visto no fórum, vai ser muito mais fácil do que pensava exportar publicações chinesas ao estrangeiro.
Segundo o Instituto de Publicações da China, o país asiático exportou no ano passado, livros, jornais e revistas no valor de US$23,30 milhões, enquanto que importou pelo mesmo concepto uns US$146,08 milhões.
Durante a feira, muitos dos participantes estrangeiros expressaram seu desejo de ampliar sua presença no mercado chinês.
Marjorie Scardino, diretora executiva de Pearson Plc., anunciou que os grupos editoriais e intermediários incrementarão seu negócio no mercado chinês, especialmente nas áreas de materiais de ensino superior e de aprendizagem.
Gerald de Roquemaurel, presidente e diretor executivo do grupo de edição Hachette, disse que além de suas revistas de modas e espetáculos, que já publicam na China, o grupo está considerando a ideia de prover conteúdos sobre cinema, interesses masculinos e outros gêneros.
Um especialista chinês considera que a China tem um grande potencial de mercado no setor editorial e que isso está atraindo as companhias estrangeiras. "Com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, um rápido desenvolvimento econômico e uma cada vez maior taxa de população que acede à edução, as casas editoriais estrangeiras estão desejosas de introduzir-se em nossoo mercado", indicou o especialista.
Além do tamanho do mercado, os esforços da China para reformar e abrir o setor também são um estímulo para as editoriais estrangeiras, tal como admite Liu Binjie, subdiretor geral da Administração Estatal de Edição e Publicação no Fórum Internacional do Livro.
De acordo com os compromissos feitos com a Organização Mundial do Comércio, OMC, a China abriu seu setor varejista de publicações ao investimento estrangeiro, e fará o mesmo com o resto do setor editorial aos finais deste ano. As companhias estrangeiras poderão copublicar livros com seus sócios chineses e proporcionar conteúdos a certos tipos de revistas.
Zhai Rukang, subsecretário-geral da Associação de Publicações Periódicas da China, afirmou que a existência de firmas estrangeiras supõe uma oportunidade e um desafio.
"As revistas que recebem conteúdos de seus sócios internacionais têm melhorado em termos de qualidade e posicionamento no mercado", disse.
A maioria dos editores estão de acordo no que, tal como tem sucedido com outros setores, a modernização do mundo das publicações na China se acelerará graças à interação com seus sócios estrangeiros
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