A Petrobrás e a Sinopec da China estabelecerão empresas mistas para explorar petróleo em todo o mundo, revelou ontem (17) nesta capital Marcelo Castilho da Silva, representante-chefe na China da maior empresa estatal do Brasil.
Como uma das empresas petrolíferas com maior capacidade de produção diária de ouro negro, a Petrobrás produz mais de dois milhões de barris diários em 2003. Em maio deste ano, o presidente brasileiro, Lula da Silva, que se encontrava de visita à China, assistiu à cerimônia inaugural do Escritório de Representação da Petrobrás na China.
A parte chinesa oferecerá fundos para a futura empresa mista, enquanto a brasileira, tecnologia. Ambas as partes explorarão petróleo nos mares do Brasil e a China num futuro próximo, e nos mares de África, Venezuela, Colômbia e México em longo prazo, disse Castilho da Silva.
Num futuro próximo, a cooperação em matéria de explorações petrolíferas entre a Petrobrás e a Sinopec da China se concentrarão no mar meridional da China e a data prevista do começo de operações é entre seis meses e um ano. No mar do Brasil, a zona a explorar se concentrarão na região do golfo do Rio de Janeiro e os trabalhos se iniciarão a partir do janeiro de 2005, explicou.
Destacou que a Petrobrás domina a mais avançada tecnologia do mundo na exploração de petróleo em águas profundas e a porão à disposição da parte chinesa segundo o acordo assinado.
Recordou que a Petrobrás começou a exportar petróleo à China desde 2000, e que desde então se tem registrado um volume total de sete milhões de barris. O petróleo exportado pelo Brasil à China contém baixo teor de enxofre, e é precisamente o que necessita o país.
Enquanto à futura venda de ouro negro pela parte do Brasil, Castilho da Silva estima que a Petrobrás exportará 100 mil barris diários à China, o que significa um volume anual de venda de US$1 bilhão.
Em maio deste ano, a Petrobrás firmou um convênio de cooperação com a Sinopec, pelo que ambas as partes cooperarão na exploração, produção, venda e refinação de petróleo, assim como em engenharia e últimas tecnologias.
Castilho da Silva enfatizou que a China está se transformando em segundo país importador de petróleo, e necessitará cada vez mais cooperação com países estrangeiros. O Brasil tem boas relações com a China e é estável politicamente.
Este ano se celebra o trigésimo aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e a China. Esta associação estratégica tem criado sólidas bases políticas no campo do petróleo para ambas as partes e se prevê que o Brasil e a China tenham um brilhante horizonte de cooperação a respeito, finalizou Castilho da Silva.
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