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(GMT+08:00) 2004-08-18 08:09:00    
Loja de antigüidades de cem anos na Avenida Bakuo em Lhaça

cri
Há uma loja de antigüidades na Avenida Bakuo, a mais antiga de Lhaça da Região Autônoma do Tibet. Embora tenha experimentado mudanças seculares, ela mantem a envergadura e estilo originais.

"As antigüidades são tão preciosas como o ouro", disse o dono da loja Retna. Cem anos atrás, tendo atravessado as Cordilheiras Himalaia, o seu bisavô veio a cavalo ao Tibet, procedente do Nepal, para fazer comércio. Comprou um edifício de dois andares perto do Templo Jokhang. Os tibetanos locais não conseguiam lembrar-se do seu nome, mas viam que ele costumava usar um chapéu branco. Pos isso, eles lhe chamaram "Xiabugamu", que significa em tibetano o chapéu branco. Naturalmente, a loja ficou com o nome de "Xiabugamu".

Retna mora no edifício N 27º da Avenida Bakuo do Norte há mais de 20 anos. Casou-se com uma tibetana. Tem dois filhos. Como testenhunha das mudanças na Avenida Bakuo, o comerciante queixa-se e, ao mesmo tempo, fica admirado com a manutenção da avenida financiada pelo governo chinês. Como a manutenção demorou meio ano, vieram à sua loja menos turistas, o que prejudicou o negócio e até ele fechou a loja por algum tempo. Entretando, ele afirmou que vinte anos atrás, os comerciantes tibetanos e nepaleses faziam negócios nesta avenida muito estreita. Nos dias de neve e chuva, estava lodosa e vivia na escuridão à noite. Agora está bem iluminada na avenida de granito bem arrumada, limpa e larga. É realmente agradável viver aqui. "Apesar destas mundanças, Lhaça mantem-se bonita e natural", disse o Retna.

Nos primeiros anos, o bisavô de Retna comprava lã em Lhaça e vendia-o no Nepal, de onde trazia bombons e tecidos de algodão. Mais tarde, estabeleceu a primeira oficina de lavagem de lã no Tibet. Além disso, vendia lã, óleo e queijo. O negócio foi bem-sucedido.

Nos últimos cem anos, "Xiamugabu" mantem seu estilo original, porque Retna e seus antecessores acreditam que "quanto mais antigas são suas mercadorias e sua loja, valem mais". Nesta loja de quarenta metros quadrados estão amontoados diferentes estátuas de buda, Tangka, pintura tibetana, e sutras. Uma sutra de pedra feita há mais de 700 anos é a antigüidade mais valiosa da loja.

O comerciante nepalês que aprecia "as coisas velhas" fica admirado com os novos progressos de Lhaça. "Com a modernização, os habitantes locais podem levar uma vida melhor e a cultura tibetana não muda. Os estrangeiros adoram as construções antigas e o artesanato do Tibet, mas isso não deve prejudicar o melhoramento da vida dos tibetanos."

No século VII, o rei tibetano Songtsen Gampo teve duas rainhas: uma nepalesa e outra chinesa. Para Retna, os dois países estão ligados pelos "laços fraternais" e os chineses são "grandes amigos" e "bondosos". Toda a família de Retna tem as carteiras de residência na China e voltam ao Nepal quando quiser.

Na Avenida Bakuo não é difícil identificar as lojas nepalesas, pois na maioria delas veêm-se grandes retratos coloridos do rei e rainha do Nepal.

Retna de 50 anos mantem um sentimento especial para com o Tibet. "Além de trabalhar, os tibetanos rezam, bebem e divertem-se, levando uma vida folgada e alegre. O budismo tibetano introduziu-se da Antiga Índia e do Nepal. As religiões tibetana e nepalesa são muito semelhantes."

Além da loja de antigüidades "Xiamugabu", Retna tem uma fábrica de lã. Ele planeja abrir uma filial no interior da China.