Na atualidade, alguns estudantes universitários se deixam influir pela publicidade enganosa das grandes marcas comerciais e por companheiros ou familiares com altos ingressos, caindo irremediavelmente na trama consumista.
Outros, com vaidade, toma o consumo como critério para medir as condições econômicas de sua família. Para mostrar a outros sua posição vantajosa nesta matéria e obter uma identidade segundo sua suposta nova posição econômica, eles buscam às cegas o alto consumo e fazem comparações de preços dando-se ares de ricos, pelo que sempre se encontram em situações embaraçosas, em que seus ingressos não cobrem seus gastos.
O resultado de uma pesquisa realizada há pouco pela Faculdade de sociologia da Universidade de Shangdong demonstrou que a brecha de consumo entre os universitários vem incrementando constantemente, originando uma bipolarização notável. O índice médio mensal do consumo estudantil é de uns 400 yuans, enquanto o máximo ascende já para 1450 yuans e o mínimo não chega a 90 yuans. Para levar a cabo esta investigação, a universidade emitiu um total de 3300 questionários e recebeu 3124 respostas, o que supõe uma taxa de recuperação de 94,7%.
Merece ter em conta que a diferença de consumo produziu várias influências negativas sobre os estudantes.
A investigação evidencia que entre os estudantes que consumem mensalmente 300 yuans, 26,6% tem um carácter introvertido e 21,4% é extravertido. Entre os estudantes que gastam mensalmente mais de 600 yuans, as cifras são 6,6% e 41,7%, respectivamente. Sob o ponto de vista sociológico, o carácter introvertido é consequência da problemática social. Se as necessidades de uma pessoa não se satisfazem por longo tempo, seu temperamento se volve reprimido, o que lhe converterá gradualmente numa pessoa insociável e excêntrica. Por tanto, quase convém explicar porque a maioria dos consumidores de nível baixo tem um carácter introvertido.
Segundo a mesma pesquisa, nos centros docentes superiores, os consumidores de nível médio e alto têm mais oportunidades de ser elegidos delegados da federação estudantil, tanto de sua classe como da universidade. Por exemplo, entre os estudantes que gastam mensalmente entre zero e 300 yuans, só 10,3% assumem algum cargo na federação estudantil da universidade, mesmo que essa cifra alcance 22,2% entre os que consumem mais de 600 yuans. Além disso, se um deseja assumir um cargo ainda mais elevado na federação, deve aumentar seu consumo. Xiao Ding é um estudante de terceiro ano de uma universidade e ao mesmo tempo, um dos quatro vice-presidentes da organização. Para ganhar a presidência na campanha eleitoral, convidou a juntar todos os dirigentes da federação, em pretexto da celebração de seu aniversário. Por isso, ele gastou cerca de mil yuans.
Os estudantes de baixo nível de consumo mostram evidentemente escassa confiança tanto nos estudos, na vida, nas relações sociais e na busca de trabalho. Toamos como exemplo as relações sociais. Entre os estudantes que consumem mensalmente entre zero e 300 yuans, 39,5% tem plena confiança ou bastante confiança, embora que 23,4% não a tem absolutamente. As cifras são de 66,6% e 13,9%, respectivamente, entre os que se encontram em condições de gastar 600 yuans mensalmente.
Devido à falta de autoconfiança, os estudantes universitários carentes da fonte econômica têm uma expectativa de êxito menor que os que vivem sem problemas econômicos. Assim mesmo, os estudantes pobres suportam uma enorme pressão psicológica, o que lhes impõe obstáculos mentais de diversas índole. A pesquisa evidencia que 22,6% dos estudantes pobres se sentem inferiores a outros e não querem que outros conheçam sua situação precária.
Para muitos estudantes universitários, a pobreza psicológica é mais terrível que a pobreza material.
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