No Salão da Harmonia Preservada, o imperador costumava oferecer banquetes aos funcionários no final do ano. O Salão tornou-se o local para os exames imperiais durante a dinastia Qing, ocasião em que os novos Jinshi, primeiros classificados nos exames provinciais, se perfilavam nos dois lados no salão para enfrentar os exames orais diante do imperador.
O Palácio da Pureza Celestial, o Palácio da Tranqüilidade Terrestre e o Salão da União Celeste e Terrestre também ficam no eixo central da Cidade Proibida.
Na dinastia Ming e no início da dinastia Qing, o Palácio da Pureza Celestial era a residência do imperador e da imperatriz. Depois de subir ao trono, Yongzheng, o terceiro imperador dos Qing, mudou sua residência para o Salão da Cultivação Mental e o Palácio da Pureza Celestial tornou-se seu escritório, onde conduzia os assuntos estatais, recebia os ministros e as missões estrangeiras. Acima do trono, há uma placa em que se lê: "Justiça e Transparência". O imperador Yongzheng decidiu durante o seu mandato não revelar antecipadamente o nome de seu sucessor. Porém, o registrou num édito em dois exemplares duplicados. Um dos quais, sempre portava consigo. O outro, permanecia guardado num cofre colocado atrás da placa "Justiça e Transparência". O testamento deveria ser aberto após a morte do imperador, a fim de se conhecer o nome do legítimo herdeiro do trono.
O Salão da União Celeste e Terrestre foi construído durante o mandato de Jiajing, durante a dinastia Ming. A palavra "União Celeste e Terrestre" se origina no Livro das Mutações e significa a fusão entre o Céu e a Terra simbolizando, a harmonia entre o imperador e a imperatriz. No salão, estão guardados os 25 selos reais.
O Palácio da Tranqüilidade Terrestre tinha sido a residência da imperatriz na dinastia Ming. No reinado de Shunzhi da dinastia Qing, foi reestruturado de acordo com os hábitos da etnia Manchú. Dois dos 7 cômodos do leste foram transformados em quartos nupciais do imperador. Os demais se tornaram capelas do samanismo para oferendas às divindades e aos antepassados.
Na corte interior encontram-se o Jardim Imperial e o Grande Palco de Ópera. O Jardim Imperial fica no extremo norte do eixo central, onde se vêem árvores e flores, colinas artificiais, pagodes e quiosques.
Diferentemente das decorações utilizadas nos três principais salões da corte exterior - onde somente os dragões dourados são motivos das pinturas coloridas -, surgiram nas decorações da corte interior outras imagens de dragão, símbolo do imperador, mescladas com a fênix, símbolo da imperatriz.
Suas dimensões são menores em relação às dos três salões da corte exterior e às de suas praças. Obviamente, o destaque vai para o senso de moderação e de menor grandiosidade. Este clima contrasta com a solene magnitude e a severa imponência dos três salões.
O Salão da Cultivação Mental, apesar de não estar no eixo central, tem grande importância. Logo após se tornar a residência do imperador Yongzheng, explodiu a guerra na fronteira. O imperador, então, criou um escritório especial de plantão fora do muro sul do Salão. Três anos depois, o escritório veio a ser chamado de "conselho militar", tornando-se mais tarde um grupo confidencial privado do imperador com o poder inferior apenas do soberano.
Os sete imperadores depois de Yongzheng moravam e conduziam os negócios estatais no Salão da Cultivação Mental. Suas audiências aos ministros eram concedidas na sala da frente. No seu cômodo do leste, foram colocados dois tronos separados no meio por uma cortina, por trás da qual se sentava a imperatriz-mãe regente Cixi, a mulher que controlaria o poder nos últimos anos da dinastia Qing. Posteriormente, a cortina foi retirada e Cixi passou a se sentar diretamente ombro a ombro ao lado do imperador.
O Museu do Palácio Imperial possui um acervo estimado em mais de um milhão de objetos culturais. Em alguns palácios concentram exposições de pinturas e caligrafias, objetos de porcelana, bronze e artesanatos. Mas, os objetos expostos são uma pequena parte de seu acervo. A sistematização e a pesquisa do acervo histórico e cultural do Museu do Palácio Imperial se encontra ainda numa fase inicial, apesar de dezenas de anos de trabalho.
Durante cerca de 500 anos, vinte e quatro imperadores moraram na Cidade Proibida. Mas, os valores culturais e a história acumulada no conjunto de salões, portas e até uma cor utilizada na construção do Palácio Imperial não são fáceis de se decifrar...
Em 1987, o Museu do Palácio Imperial foi listado como patrimônio cultural mundial.
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