Consumo e caráter
A investigação evidencia que entre os estudantes que consumem por mês menos de 300 yuans, 26,5% têm um caráter introvertido e 21,4% extrovertido. Entretanto, entre os estudantes que gastam mensalmente mais de 600 yuans, as cifras são respectivamente 5,6% e 41,7%. Se as necessidades de uma pessoa não se satisfazem durante um longo tempo, se sentirá psicologicamente reprimida e se converterá gradualmente numa pessoa anti-social e excêntrica. Então, talvez seja suficiente para explicar por que a maioria dos consumidores de nível baixo têm um caráter introvertido.
Quantidade de consumo e cargo na federação estudantil
Segundo a mesma pesquisa, nas universidades, os consumidores de nível médio ou alto têm mais oportunidades para serem eleitos como delegados da federação estudantil. Por exemplo, entre os estudantes que gastam menos de 300 yuans por mês, apenas 10,3% assumem algum cargo na federação estudantil. Mas, essa cifra alcança 22,2% entre os que consumem mensalmente mais de 600 yuans. Além disso, se um estudante deseja tornar-se um membro da federação estudantil, deve aumentar o seu consumo. Xiao Ding é um estudante de terceiro ano de uma universidade e também um dos quatro vice-presidentes da federação. Para ganhar a campanha eleitoral, ele convidou todos os colegas da federação para um jantar que custou cerca de mil yuans, e finalmente, ele realizou o seu objetivo
.  
Diferença de consumo e expectativas de êxitos
Os estudantes de baixo poder aquisitivo mostram evidentemente escassez de confiança tanto nos estudos, na vida, nas relações sociais, no namoro, como na busca de emprego. Tomamos as relações sociais como exemplo. Entre os estudantes que consumem menos de 300 yuans por mês, 39,5% têm autoconfiança, mas 23,4% não confiam em si mesmos. Entretanto, as cifras são respectivamente 66,6% e 13,9% entre os que se encontram na condição de gastar mensalmente mais de 600 yuans.
Xiao Zhang é estudante de uma universidade em Beijing. Ela disse a nossa reportagem:
"Os colegas pobres não têm condições econômicas para comparar com os ricos. Por isso, parece que nutrem um complexo de inferioridade. Alguns deles não querem participar das atividades sociais e evitam ter contatos com outras pessoas."
Devido à falta de confiança, os estudantes universitários que não podem se ostentar economicamente tem uma expectativa de êxito menos que os que vivem sem problemas econômicos. Assim, os estudantes pobres sofrem uma enorme pressão psicológica ao ficarem preocupados com dinheiro, o que produz diversos obstáculos mentais. A pesquisa evidencia que 22,6% dos estudantes pobres se sentem inferiores a outros, não querem que os demais saibam sua precária situação e até recusam a ajuda de professores, amigos ou subsídios da universidade. Cerca de metade destes estudantes preferem o isolamento, pois são acanhados demais para uma convivência com outros grupos de estudantes. Um quarto deles evidencia anormalidades psicológicas, nutrindo uma série de desconfianças e precauções para com os demais.
De qualquer maneira, para os estudantes universitários, o abalo psicológico é pior do que os limites materiais e financeiros.
|