Segundo a Rádiobras informou recentemente, o Brasil e China farão uso comercial das imagens do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS-2, a partir de setembro, quando se reunirá o comitê de coordenação do programa. O acordo que definirá como as imagens serão vendidas, em função da demanda do cliente, será assinado na China e oficialmente divulgado em novembro, no Brasil.
A decisão foi tomada durante a visita que técnicos da Administração Espacial Nacional da China fizeram, ontem (16) ao ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. Segundo o ministro, está definido que internamente o Brasil cederá suas imagens gratuitamente a universidades, institutos de pesquisa, órgãos públicos, prefeituras e empresas de geoprocessamento.
Para ter acesso ao produto, basta que o usuário se cadastre no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), instituição de pesquisa pública responsável pelo rastreio e controle das imagens obtidas pelo CBERS-2, pelo lado brasileiro.
Campos ressaltou que para as vendas externas haverá um ponto de venda único que decidirá quando as imagens serão ofertadas comercialmente e o valor a ser cobrado. "Pode haver alguma demanda que contrarie o interesse nacional de um dos dois países e não seja interessante vender. E quando a imagem for vendida precisamos avaliar o preço, dependendo do tipo de produto que será oferecido. Por exemplo, se as imagens forem fornecidas por um período contínuo ou num momento pontual", explicou.
A renda obtida será dividida igualmente entre os dois países.
O INPE já recebeu 5 mil consultas de possíveis usuários interessados e a China cerca de 7 mil. O controle do CBERS-2 passará ao Brasil no próximo dia 23. A cada seis meses, há um revezamento no controle do equipamento.
A Rádiobras ainda informou que os satélites Sino-Brasileiros de Reconhecimento Terrestre (Cbers) 3 e 4 serão construídos e os recursos estão garantidos nos dois países. Foi o que informou hoje o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, após reunião com o diretor da Administração Espacial Nacional da China, Sun Laiyn.
Os dois satélites dão continuidade ao programa conjunto em que Brasil e China dividirão, respectivamente, em 70% e 30%, os custos e a tecnologia de outros dois satélites já colocados em órbita, os Cbers 1 e 2.
Segundo Campos, o lançamento do Cbers 3 ficou marcado para 2008. Dessa vez os países dividirão igualmente custos e tecnologia para construção e lançamento dos próximos satélites. O custo dos Cbers 3 e 4 será de US$ 380 milhões, entre satélite, lançamento e infra-estrutura de solo.
A exemplo do que ocorreu com o satélite anterior o Cbers 3 será construído, mantido, integrado e testado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). O lançamento será feito na China.
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