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(GMT+08:00) 2004-07-20 17:52:42    
O rico que tinha um filho idiota

cri

Havia em tempos idos um rico, que não tinha, por assim dizer, amigos... De facto, ninguém gostava dele, porque era tão avarento, que pela mais pequena coisa, a mais insignificante ninharia, mesmo do tamanho dum grão de sésamo, lá estava ele a fazer contas e mais contas... Toda a gente dizia que ele havia de pagá-las um dia, que um dia... Elas cá se fazem cá se pagam, e cada um terá a sua recompensa... "Gente deste tipo", diziam, "chega ao dia em que pagam as contas atrasadas..."

O rico não gostava de ouvir isto, mas nada podia fazer. Ora este homem rico tinha um filho, e se dizer se pode que contas havia a pagar, estava afinal já a pagá-las, pois o filho era idiota.

Certo dia, resolveu o rico chamá-lo e dizer-lhe que pois se já era homem feito, era altura também que começasse a saber o que custava a vida. O idiota nada percebia de nada, nem capaz era de distinguir uma batata dum nabo! Assim, resolveu o pai entregá-lo aos cuidados de alguém que o acompanhasse pela cidade, para que o filho pudesse ver que as coisas tinham o seu preço cada uma, e que não era fácil obter riqueza. Dito e feito, lá foram porta fora o idiota e o seu guardião.

Quando chegaram frente à porta da loja do escultor, o idiota viu dois leões de pedra que muito lhe agradaram, um maior e outro mais pequeno, e apressou-se a perguntar o preço, pois resolvera adquiri-los e mostrar ao pai que também ele sabia o preço e valor das coisas. Ora o escultor que o reconhecera, e o sabia idiota, não perdeu a oportunidade de fazer valer a sua mercadoria. Quando o filho do rico lhe perguntou quanto custavam os dois leões, respondeu-lhe aquele, como quem faz um preço para amigos: "o mais pequeno custa três mil lingotes de prata, e o maior cinco mil".

Ao que idiota respondeu que o preço não era nada caro e que lhe levasse a casa os dois leões...

Como fossem pesados, o escultor carregou primeiro o pequeno, num carrinho de mão, até à casa do rico. Ali chegados, o idiota apressou-se a ir procurar o pai para lhe dar conta de que fizeram um bom negócio, e comprara boa mercadoria a baixo preço. Quando o pai lhe perguntou que mercadoria, o filho respondeu-lhe que se tratava de dois leões de pedra. Quando viu a escultura, o pai perguntou-lhe quanto pagara por ela, ao que o idiota lhe respondeu, muito orgulhoso, "três mil lingotes de prata". Como cada lingote pesava cinquenta gramas, o pai deitou as mãos à cabeça, e amaldiçoou o filho com quanta raiva a avareza lhe dava. "Gastar tanto dinheiro numa coisa sem valor nenhum! Não há dúvida de que ter um filho idiota é pior do que uma calamidade! Não é de estranhar que toda a gente diga que eu um dia ainda havia de pagá-las e bem pagas!" Ao ouvir o pai, o idiota muito contente, virou-se para ele e disse-lhe "este não se pode dizer que tenha sido assim lá muito bem pago; o outro sim, que foi um bom negócio!, mas vai ser preciso pagá-lo também"...