Sanjiang é a região formada com as evoluções de grandes montanhas e vales. Segundo registros, 40 milhões de anos atrás, um forte movimento da crosta do Planeta da Terra resultou uma colisão entre os continentes índico e Euro-Ásia, formando assim regiões de cordilheiras como Himalaya e as quatro montanhas e os três rios paralelos. Segundo especialistas, nos cumes, com mais de 4000 metros de altitude, podem ser encontrados ainda fragmentos de rochas do fundo do mar.
A região de Sanjiang possui uma diversidade geológica do hemisfério do norte, com exceção de deserto e mar. Entre 118 montanhas nevadas com a altitude superior a 5000 metros, a Montanha Meili merece uma apresentação especial, pois é considerada até pelos tibetanos locais como uma montanha sagrada onde é proibido o alpinismo.
As geleiras espalham-se por toda parte. Porém, a geleira Mingyong, com 4000 metros de extensão desce por entre as montanhas até as florestas com 2650 metros de altitude. Por isso, é a geleira de menor altitude e com menos graus de latitude do hemisfério do norte.
O pico principal da Montanha Meili, conhecido como Kawagebo, com 6740 metros de altitude, é o mais alto da região. Mesmo sendo 2100 metros mais baixo que o cume do Qomolangma, o "pico do mundo", devido às suas encostas íngremes e precipitadas, coberto todo o ano por neve, convive com freqüentes avalanches e tempestades. Ele ainda não foi conquistado pelo homem. Em janeiro de 1991, 17 alpinistas chineses e japoneses morreram durante uma tentativa de conquista.
Na região de Sanjiang há um fenômeno geológico conhecido como "Terra de Rochas Vermelhas". A 140 quilômetros da antiga cidade de Lijiang, tombada pela UNESCO como patrimônio cultural mundial, há uma zona típica com Terra de Rochas Vermelhas do Mundo, conhecido como Liming, na Montanha Laojun. Segundo se diz, trata-se da maior zona deste tipo em todo o mundo, com maior altitude e com formação mais completa.
A biodiversidade da região de Sanjiang também é notável. Ela é formada por uma subida que vai desde o vale Nujiang, com 760 metros de altitude, ao pico Kawaboge da Montanha Meili. Com uma diferença de 6000 metros, a região é coberta por climas subtropical meridional, subtropical central, subtropical do norte, temperada, temperada moderada, temperada fria e até glacial, registrando uma incrível mudança de clima e estações.
Representando menos de 0,4% da área total da China, a região possui mais de 6 mil espécies de plantas, quase 20% do total das identificadas do país. O número de animais silvestres ocupa mais de 25% do total do país, sendo a região mais habitada por faunas na Eurásia. Nesta região, se encontram ainda espécies anteriores ao período quaternário, como o pico leão, animal tão raro quanto o panda gigante, qualificado como um dos tesouros da China. Eles vivem na região sem serem perturbados pela humanidade.
A região Sanjiang também é considerada como um jardim de flores em altas montanhas, pois todas as espécies de flores desabrocham quando chega a primavera. Apenas da família da azaléia, mais de 200 variedades ainda estão sendo identificadas.
Entre as 17 regiões chinesas de biodiversidade, a região Sanjiang é a mais importante. Ela é conhecida como grande banco de genes biológicos do mundo. De fato, em 1883, missionários franceses chegaram à região tendo coletado sementes de plantas e animais. Depois disso, o professor Balfour, do Parque Botânico Real Britânico, mandou seus especialistas à região do noroeste da província de Yunnan em 1904 com o mesmo motivo, considerando que suas operações poderiam contribuir com a decoração dos lares britânicos.
A avaliação técnica da UNESCO sobre a região Sanjiang, os especialistas da União Internacional pela Conservação da Natureza argumentaram o seguinte: é muito difícil encontrar alguma outra região do mundo igual como Sanjiang em termos tanto de biodiversidade como na terra.
A região de Sanjiang está habitada por 14 etnias minoritárias das 56 nacionalidades chinesas. Vivem ali 800 mil nativos, sendo uma região raramente encontrada no mundo, tanto pela harmônica convivência entre tantas etnias, línguas, religiões quanto pelas diferentes tradições. Desde há muito, cientistas, viajantes e aventureiros já optaram pela região. No início do século 20, o norte-americano Joseph Locke, passou e viveu lá por mais de 20 anos, tendo feito muitas pesquisas e estudos e despachado muitas matérias para os EUA.
Em 1933, o termo "Shangri-La" apareceu na obra "Horizonte Desaparecida", do autor britânico James Hilton, que descreveu a região como o local de convivência harmoniosa entre o homem e Deus e entre o homem e a natureza. Segundo muitos estudos, a região de Sanjiang, onde os três rios correm paralelos, foi a área que o inspirou a escrever Shangri-La.
|