Durante o reino do imperador Qianlong, um conjunto arquitetônico na encosta da montanha Wanshou servia como local para festejar aniversário da imperatriz mãe. Mas, Cixi reformou e ampliou a construção, formando um conjunto arquitetônico que tem pavilhões divididos por um eixo central que prioriza o Pavilhão Paiyun. O eixo central sobe desde o cais do lago até atingir o cume da montanha Wanshou. Ele é entrecortado, respectivamente, de baixo para cima, pelas principais construções: Portão Paiyun, Pavilhão Paiyun, o Templo Foxiang, e o Quiosque Zhihuihai. O Pavilhão Paiyun servia como o salão de aniversário de Cixi. O pagode Foxiang, com 41 metros de altura, é o cartão postal do Palácio de Verão. O Quiosque Zhihuihai é uma construção de dois pisos sem vigas construídas por tijolos e pedras, razão pela qual não foi destruída quando tropas anglo-francesas invadiram Beijing. Do cume da montanha, pode-se contemplar a paisagem ao redor: o grande lago Kunming, a montanha do oeste e o outro pagode erguido. Mas tudo isso parece estar refletido nas águas do lago Kunming.
O dique do lago Kunming entrecorta o lago com três ilhotas. Segundo a lenda, elas simbolizam as três montanhas sagradas. Ao longo da margem do lago Kunming, um corredor de 728 metros de comprimento na orla da montanha permite aos visitantes apreciarem a paisagem do lago, os pátios e as construções no lado oposto. O corredor também é conhecido como a galeria mais comprida do mundo, pois contém muitas pinturas de lendas e paisagens.
Em comparação com a encosta de frente da Montanha, a encosta de trás é mais silenciosa e tranqüila. No lado oeste, pequenas construções, tais como mesquitas e templos, encontra-se por entre frondosas árvores. Porém, as construções desta encosta também foram destruídas duas vezes, respectivamente em 1860 e 1900, pelas tropas estrangeiras. Os atuais edifícios foram reconstruídos em 1984 segundo desenhos originais.
Para embelezar a parte de trás, numa largura de 50 metros entre o sopé da montanha e o muro, foi escavado um rio ligado ao lago. Num trecho de 300 metros na parte central do rio, lojinhas funcionam às duas margens como em Suzhou, cidade do sul da China.
Um jardim no jardim é uma característica desta arte na China, o que se reflete plenamente no jardim Xiequ.
Em 1751, quando o imperador Qianlong viajou pelo sul da China, visitou e gostou muito do Jardim Jichangyuan, de Wuxi, na província de Jiangsu. Por isso, mandou construir um semelhante. E o nome Xiequ vem da vontade de tranqüilidade e serenidade para um ser humano. O jardim Xiequ não é grande. Porém, é dotado de um pátio, tanque e um corredor. Cinco pequenas pontes cortam o tanque, dos quais, a pontinha "Zhiyuqiao" (sentido em português "entender peixe"), é mais significativo com a história do nome. Segundo os registros, há dois mil anos, dois filósofos lá conversavam. Zhuangzi falou ao outro: Veja, os peixes nadam na água divertindo-se. Huizi perguntou ao primeiro, você não é peixe, como é que sabe se eles estão alegres ou não? O Zhuangzi refutou: Você não sou eu, como é que conclui que eu não entendo de peixe?
Encostado numa montanha e voltado para um lago, com o Templo Foxiang como construção principal, ligado por longos diques e compridos corredores, o Palácio de Verão mostra um grande ambiente de natureza "Céu e Terra" numa área restrita, assim tentando impor o poderio imperial sobre a natureza. Mesmo sendo uma obra humana, mais de 100 paisagens com lagos e montes harmonizam-se num panorama muito natural. Mais de 3 mil cômodos foram construídos e localizados por entre montes e rios.
O Palácio Imperial é o maior jardim imperial e mais bem preservado não só da China ainda de todo o mundo. Em dezembro de 1998, ele foi incluído na lista de patrimônios mundiais pela UNESCO que o considera uma plena demonstração do nível da construção arquitetônica dos jardins paisagísticos, combinando seus recantos construídos por homens e a natureza de maneira harmoniosa.
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