Água: eis a palavra de ordem entre os meteorologistas Beijing, a secular capital chinesa. Estes profissionais estão fazendo todo o possível para provocar chuvas artificiais. Na ânsia do precioso líquido, vale de tudo, inclusive bombardear as nuvens com gelo seco.

Os habitantes desta cidade estão cada mais atentos às reuniões abertas recém-realizadas pelo governo municipal para definir a taxa de aumento nas tarifas de água nesta Capital.

"Os beijineses têm muitas razões para se preocuparem com controle do consumo d'água", afirmou o secretário geral da Associação da Água de Beijing, Liu Zhiqi. Ele explicou que o Reservatório de Miyun, considerado como o salva-vidas de Beijing, se encontra num nível crítico.

"Os dois rios que abastecem o reservatório forneceram apenas 18% do volume tradicionalmente registrado. O nível da represa caiu 20 metros devido à seca que açoita pelo quinto ano consecutivo o Norte da China", afirmou Liu.

Além disso, a acintosa exploração dos lençóis freáticos provocou uma queda de 1,29 m em seu nível.

Especialistas advertem que a situação na capital chinesa permanecerá crítica até o final da década, quando se completará a rota central da Transposição de Águas do Sul para o Norte da China. O canal, a maior obra hidráulica da atualidade no mundo, medirá Rio Yangtsé a 1246 quilômetros de distância.

"Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008, o consumo de água aumentará anualmente, devido ao rápido desenvolvimento econômico e à grande expansão demográfica da cidade", afirmou Bi Xiaogang, subdiretor do Departamento de Assuntos de Água de Beijing.

De acordo com o programa, o preço da água será elevada em 28%, isto é, até 3,7 yuans por toneladas frente aos 2,9 yuans na atualidade.

Ao mesmo tempo, o governo municipal vai investir mais de 21 milhões de yuans para desenvolver a indústria de água, explorar os recursos aquáticos de emergência e reciclar os esgostos nas primeiras décadas deste século.