A cem quilômetros de Shanghai, a cidade de Suzhou, com dois mil e quinhentos anos de história, confina com o lago Taihu a oeste e com o lago Yangchenghu a leste. O Grande Canal Beijing-Hangzhou passa por ali, onde há vários rios e pontes. Estivesse-se em Itália, e a cidade seria Veneza. Podem ver-se jardins clássicos e riquezas culturais um pouco por toda a parte, e a culinária e objectos de artesanato local são bem acolhidos em toda a China. Suzhou conta atualmente com cerca de quinhentos mil habitantes.
Evolução da antiga cidade
O rei Gelv do Reino Wu mandou construir em 513 a 496 a. C uma cidade chamada de Gelv - a atual Suzhou - a pedido do primeiro-ministro Wu Zixu. Consta que a cidade, cercada por uma muralha de 23,5 quilômetros de comprimento por mais de oito metros de altura e cinco de espessura, tinha oito portas terrestres e fluviais - Loumen, Jiangmen, Shemen, Panmen, Xumen, Changmen, Pingmen e Qimen. Dentro da cidade de Gelv existia uma outra pequena cidade. A estrutura e posição da cidade era notória em relação ao nível da produtividade de então.
Na dinastia Sui(589 - 618), graças ao Grande Canal, Suzhou passou a ser um centro de transporte fluvial no sul do rio Yangtsé. Na dinastia Tang, Suzhou tornou-se mais próspera, tendo sido o centro político, econômico e cultural da dinastia. No início do século X, os mandarins e ricos residentes em Suzhou começaram a construir jardins e casas particulares, elevando a arte da arquitectura do jardim tradicional a uma nova fase.
Em 1113, Suzhou transformou-se na capital da prefeitura de Pingjiang. Segundo um mapa da dinastia Song, a cidade apresenta o estilo tradicional de construção urbana da dinastia Tang, aproveitando da melhor maneira possível os rios existentes na localidade. Catorze estendiam as suas águas de leste a oeste, e seis, de sul a norte. Podem ver-se assim vulgarmente algumas ruas juntos aos rios. Na cidade, as ruas ordenam-se perpendicularmente em relação umas às outras. A cidade dividia-se em bairros. Os comerciantes e artesãos moravam no mesmo bairro. O mapa diz ainda que existiam nela trezentas pontes, cinquenta templos e doze pagodes. A disposição urbana mostra-se proporcionada e em harmonia com as condições naturais.
Construção urbana
Antes da fundação da Nova China em 1949, Suzhou desenvolvia-se muito devagar e a economia era fraca. Depois de 1949, a indústria sofreu grandes mudanças. Uma das principais cidades industriais da província de Jiangsu, Suzhou produz uma quantidade de produtos de seda que têm lugar certo no mercado internacional.
"No céu existem pavilhões celestiais, na terra, Suzhou e Hangzhou." Os jardins de Suzhou têm sido chamariz para os visitantes. Quando se chega à cidade é de não perder a oportunidade de visitar os jardins e lugares turísticos como o Quiosque de Canglang, tranqüilo e harmonioso; a "Floresta dos Leões", sinuosa e cheia de montes artificiais; o enorme jardim de Zhuozhengyuan; o jardim de Liuyuan, de disposição rigorosa, fina e subtil; o jardim Wangshiyuan, delicado, com os seus pequenos montes e águas correntes; o jardim de Yiyuan, e o monte Huqiu, e o templo de Hanshan; cada um deles recebe mais de dez mil visitantes por dia.
Futuro de Suzhou
De acordo com o plano geral da construção urbana, Suzhou será uma cidade turística. Mas tem que manter-se o estilo milenar da antiga cidade, ou seja, ruas e habitações junto aos rios. Por onde começar?
O pagode Huqiu, construído em 599 e pagode Beisi, o mais alto da cidade, são sempre os símbolos de Suzhou. Por isso, controla-se de maneira rígida a altura das construções, de modo que quem passa por Suzhou possa ver que os dois pagodes existem. Em algumas ruas, tais como as ruas Shantang e Fénix também é controlada a altura, estilo arquitetónico, tamanho e cor na construção das casas, para não se destruir a harmonia ambiente das velhas casas ali existentes. É necessário proteger algumas outras áreas, que representam a milenar cidade, tais como a rua de Pingjiang, como as suas habitações antigas em bom estado e quase sem prédios e a vila de Fengqiaozhen, situada nos arredores. Hoje, existem 163 pontes e quarenta quilômetros de "ruas de água" na parte velha da cidade. Para criar condições turísticas, está se ampliando o rio à volta da velha zona da cidade, se reparando as casas juntos ao rio e se arborizando às margens.
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