Nos últimos anos, a medicina tradicional chinesa tem obtido um grande sucesso no mercado mundial, especialmente no Ocidente. Com isso, muitos estrangeiros começam a conhecer e aceitar esta valiosa ciência.

Há dez anos, existiam na Inglaterra umas 800 clínicas de medicina tradicional chinesa e hoje em dia, o número subiu para 2 mil. Nas universidades de Cambridge e Harvard, foram estabelecidos organismos específicos dedicados ao estudo desta medicina. Li Tingming, doutorado do Instituto de Medicina Tradicional chinesa de Londres falou sobre o motivo para o estabelecimento deste Instituto. Ele disse: "Como muitos médicos já conheceram o efeito desta medicina, nosso Instituto empenha-se em tratar algumas enfermidades incuráveis na medicina ocidental. Outra razão pela qual a medicina tradicional chinesa é bem acolhida, pois presta mais cuidados aos pacientes. Além disso, o tratamento toma em consideração o corpo humano como um todo em vez de algumas partes isoladas".

Na realidade, centenas anos atrás, a medicina tradicional chinesa chegou à Europa. No século 14, Marco Polo mencionou esta medicina e a acupuntura em sua obra "Viagens de Marco Polo". Porém, não foi conhecida na Europa no Século 17. Jacob, um doutor holandês mencionou a acupuntura chinesa em sua obra de medicina. Mais tarde, o rei francês, Louis 14 mandou alguns missionários jesuítas a estudar a acupuntura chinesa e traduzir artigos sobre esta terapia. Devido a que a farmacopéia européia era bastante avançada, os medicamentos preparados com ervas não chamaram a atenção deles. Porém, a acupuntura provocou atenção fascinante. No século 18, a acupuntura só se aplicava em famílias aristocratas e no século 19, despertou interesse em alguns médicos particulares franceses, tais como o padre do músico Berlioz e Laennec, inventor do estetoscópio.

A partir de 1930, a acupuntura começou a desempenhar um papel importante na Europa, especialmente na França. Soulie de Morant, cônsul da França em Shanghai, aprendeu a medicina tradicional chinesa durante seu período de estadia de 30 anos. Sendo um ilustre sinólogo, traduziu grande quantidade de livros chineses e escreveu "Acupuntura chinesa".

Em 1950, médicos provenientes de todo o mundo, especialmente da Europa, chegaram a Paris para a 4ª Conferência Internacional de Acupuntura, conferência que simboliza a popularização desta terapia na Europa.

Outros conteúdos da medicina chinesa como o chá medicinal, a terapia dietética, a matemática, a massagem terapêutica e o Qigong foram transmitidos ao Ocidente no final do século 20. Cabe mencionar que a acupuntura ocupa uma posição dominante na medicina tradicional chinesa no Ocidente. Porque, trata enfermidades muito mais diversas que as tratadas na China. Os enfermos usam medicamentos tradicionais ao consultar o médico tradicional enquanto no ocidente, se aplica a acupuntura aos enfermos no tratamento da medicina tradicional chinesa. Uma coisa interessante é que em alguns países, a acupuntura é aplicada freqüentemente na veterinária.

Em 1930, alguns médicos europeus dedicados à medicina tradicional da China foram aos Estados Unidos para divulgá-la. Porém, poucas pessoas demonstraram interesse. A migração dos chineses para a América começou há mais de um século e com ela médicos da medicina tradicional chinesa, os aldeões não sabiam nada desta medicina. Porém com a visita do presidente Nixon à China em 1972, a situação mudou. Um jornalista na comitiva de Nixon teve uma apendicite e necessitou de uma intervenção cirúrgica e foi anestesiado com acupuntura. Depois da recuperação, o jornalista escreveu um artigo sobre sua experiência pessoal para o New York Times, o que comoveu todo o mundo. Desde então, a acupuntura chinesa divulgou-se rapidamente na América. Atualmente, o tratamento com a acupuntura foi autorizado em 38 Estados e na zona especial de Columbia dos Estados Unidos. Cada ano, mais de um milhão de enfermos foram tratados com a acupuntura e o número de acupunturistas chega a 10 mil neste país.

Foi criada em 1992, na Europa a Associação de Acupuntura sem fronteira com a finalidade de ajudar as pessoas mais necessitadas do mundo. Para atingir a meta, a Associação organiza sempre cursos de capacitação nos países em desenvolvimento, proporcionando gratuitamente livros, agulhas, mecha e artigos de desinfecção. Muitos países estão beneficiados com o trabalho da Associação, entre os quais, figuram a Índia, Haiti, Madagascar, Burkina Fasso etc. A capacitação assegura que as pessoas sem seguro médico recebem assistência gratuita.

Nos últimos cem anos, a medicina ocidental ocupou uma posição dominante nos círculos médicos do mundo. Sem dúvida, a medicina tradicional chinesa se solidificará no Ocidente e será divulgada em diversos países em desenvolvimento por sua evidente vantagem caracterizada pelo baixo gasto, bom efeito e mínimo efeito secundário em comparação com a medicina ocidental. Agora, um crescente número de ocidentais pretende recorrer à medicina tradicional chinesa em busca de um método terapêutico mais seguro e econômico.