 Depois dos trabalhos de escavações, ordenamento e pesquisa, durante mais de vinte anos, os arqueólogos chineses confirmaram a relíquia de Dadiwan, na província de Gansu, noroeste do país, uma das cem descobertas mais importantes da China no século 20. Segundo o responsável pelos estudos da relíquia e pesquisador do Instituto da Arqueologia de Gansu, Lang Shude, o relatório de pesquisa passou pelas avaliações do grupo dos especialistas patrocinadas pela Administração Estatal do Patrimônio Cultural da China e será publicado em breve. Sendo um documento auditorado por especialistas, ele apresenta o milagre cultural no planalto de loess, como os "seis mais" dos estudos arqueológicos neste  país sobre a agricultura, produção de objetos de barro, invenção de ideogramas, arquitetura e pintura.
1) Foi descoberto na relíquia de Dadiwan o espécime mais antigo de plantio agrícola em terras secas na China.
O espécime de painço descoberto em Dadiwan evoca a uma data próxima à dos congêneres desenterrados em Argissa, Grécia, e prolonga a origem da agricultura em terras secas no norte do país por mais de mil anos. A descoberta demonstra que foi o primeiro plantio agrícola cultivado no norte, mais cedo que a popularização do milhete, de um espécime encontrado nas relíquias de 7 mil anos.
2) Foram encontrados os objetos de barro coloridos mais antigos da China. 
Os mais de 200 objetos feitos de terra roxa de mais de 8 mil anos atrás desenterrados na primeira fase de escavação deu mais mil anos de história à cerâmica chinesa, confirmando que a região do planalto de loess é a localidade de origem dos objetos de barro coloridos da China, excluindo a possibilidade de influência do Ocidente. Os objetos desenterrados na segunda fase de escavação, fabricados há seis mil anos conheceram um grande progresso na técnica de produção, por exemplo, uma garrafa com boca em forma de uma cabeça humana, de 31,8 centímetros de altura, integra em si a arte de escultura e a arte de pintura e é considerada pelos especialistas como uma obra prima da arte plástica do período pré-histórico.
3) Foram encontrados os sinais embrionários mais antigos da escrita chinesa.
Nos objetos de barro desenterrados em Dadiwan, vêem-se dezenas de sinais coloridos, que eram mil anos mais antigos que os desenhos encontrados na relíquia de Banpo, nos arredores de Xi´an. Uma parte destes sinais são iguais aos de Banpo. O significado destes sinais desenhados é ainda um enigma, mas, os especialistas consideram que eles podem ser as mais antigas formas  embrionárias dos ideogramas chineses.
4) Foram desenterradas as casas mais antigas da China.
Trata-se de 240 construções arquitetônicas pré-históricas. Os arqueólogos consideram uma delas o "grande palácio da sociedade primitiva" e indicaram duas características como duas preciosidades: o palácio tem uma estrutura complexa e uma altura por volta de 6 e 7 metros. No período neolítico de mais de 5 mil anos atrás, se a humanidade que acabava de despedir-se da vida nas cavernas não tinha ainda as ferramentas metálicas nem os aparelhos de transporte adequados, como construiram o palácio? Trata-se de um enigma a decifrar. O segundo milagre é o uso de concreto na construção. No salão principal de mais de 130 metros quadrados, o chão é revestido de um tipo de concreto muito semelhante ao que se utiliza hoje. Na época, nossos antepassados saberiam produzir o concreto e utilizá-lo nas construções? Quando foi inventado o concreto, como ele foi  produzido e quais são seus componentes? É mais um enigma a ser decifrado.
5) Foi descoberta a pintura mais antiga da China.
No chão de uma sala da relíquia de Dadiwan foi encontrada uma pintura feita a cor preta. Ela tem 1,2 metro de cumprimento e 1,1 metro de largura e a grande parte da pintura está bem preservada. O surgimento da pintura prolongou a história das belas artes de nosso país por mais dois mil anos.
6) Foram encontradas as provas mais antigas sobre o surgimento da cidade na China.
Na escavação, os arqueólogos encontraram as ruínas de casas e túmulos de cerca de 8 mil anos que demonstram típicas características primitivas, os restos de aldeias rodeadas de trincheiras que datam de 6 mil anos e vários agrupamentos centrais. Segundo especialistas, o surgimento de vários centros em substituição de um centro único demonstra que o desenvolvimento social de então rompeu o quadro centrípeto primitivo da sociedade e possibilitou importantes transformações na estrutura social. A relíquia de Dadiwan demonstra o processo da evolução do agrupamento dos seres humanos em aldeias pequenas para um povoado central, entre 8 mil e 5 mil anos atrás. Trata-se de um fenômeno único nas descobertas arqueológicas do mesmo período em nosso país e a mais antiga prova sobre a migração da população das pequenas aldeias para os povoados mais centralizados.
 A relíquia de Dadiwan foi descoberta em 1958 num censo nacional das relíquias culturais. Desde 1978, têm se realizado duas rodadas de escavação para uma área de 14 mil 752 metros quadrados, onde foram exploradas as ruínas de 240 casas, 98 fornos, 325 salas subterrâneas, 71 tumbas, 35 fornos para a produção de objetos de barro e trincheiras e canais em 12 trechos. Foram encontrados ainda mais de 4 mil objetos de barro, cerca de dois mil objetos de pedra e jade, mais de dois mil objetos feitos de ossos de animais, assim como inúmeros fósseis. É admiravél que estas importantes descobertas são os resultados iniciais da escavação para cerca de 1% dos 1,1 milhão de metros quadrados da área da relíquia de Dadiwan. Não é estranho que o responsável pelos estudos das relíquias de Dadiwan e pesquisador do Instituto da Arqueologia de Gansu, Lang Shude, diga assim: "Dadiwan é um grande acervo das relíquias da antiguidade remota. Até agora, abrimos apenas a primeira porta".
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