O senhor Dongguo, certa vez em que fazia uma viagem, perde-se no caminho.
Encontra então um lobo, perseguido por caçadores e que lhe pede, chorando, que o salve.
O senhor Dongguo, com pena dele e achando-o simpático, deixa-o entrar no seu saco dos livros.
Pouco depois aparecem os caçadores, que lhe perguntam: "O senhor viu por aí um lobo?"
O senhor Dongguo responde, mentindo: "Não, não o vi".
Depois dos caçadores se afastarem bastante, ele solta o animal.
O lobo diz que está quase morto de fome. O homem apressa-se a dar-lhe um bolo. Mas o lobo, com um sorriso de meter medo, diz: "Eu sou carnivoro, por isso nunca como senão carne."
O senhor Dongguo pensa que ele quer comer o burro, mas o lobo diz que só isso não lhe basta.
Ao ouvi-lo, o burro escapa-se a galope.
O lobo atira-se então ao benfeitor, que, muito zangado, o acusa de ser um ingrato. O lobo ri à gargalhada, dizendo: "Eu quero é comê-lo!"
O senhor Dongguo cai e grita por socorro, mas os caçadores já vão muito longe.
Mas nisto surge um velho camponês, e o senhor Dongguo pede-lhe que sirva de juiz e conta-lhe a história. Era de julgar se o lobo tinha ou não o direito de comer o senhor Dongguo. O camponês não acredita que ologo tenha conseguido entrar no saco dos livros, e diz ao logo que o faça outra vez, para o convencer.
O camponês ata rapidamente a boca do saco.
Erguendo depois a enxada, começa a malhar no saco, pois, na sua opinião, com lobos não se discute.
Depois de bem batido, o camponês tira do saco o lobo meio morto, mas o senhor Dongguo compadece-se achando o castigo demasiado pesado.
Nesse momento surge uma mulher a chorar, que diz que o seu filho foi comido por aquele mesmo lobo.
O senhor Dongguo deixa então de ter pena daquele lobo manhoso e, aceitando a enxada, acaba com o lobo, de uma vez.
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