Segundo registros históricos, levou um grande processo a formação da nacionalidade hui. Desde meados do século 7, muitos árabes e persas chegaram à China pela "rota da seda" marítima ou terrestre, uns como enviados, outros como comerciantes ou religiosos. Os que vieram por via marítima passaram a viver em Guang Zhou, Quan Zhou, Yang Zhou e Hang Zhou, enquanto os que vieram por via terrestre operaram-se ao longo da cordilheira Tian, do corredor He Xi, Chang An e Luo Yang, sendo eles os primeiros antepassados dos huis. No início do século 13, com a vitória da expedição de Gengis Khan, muitos árabes, persas e de outras nacionalidades da Ásia Central vieram à China onde estabeleceram-se com a vida meio militar meio nômade. Durante toda sua estadia, eles cruzaram-se com hans, mongois, uigures locais pelo que se formou assim uma comunidade étnica nova denominada hui. Por isso, existem relações consanguíneas entre as nacionalidades han e hui e entre hui e outras nacionalidades chinesas. Devido à convivência de longo tempo com os hans, a língua escrita e falada dos huis também é mandarim. Porém, ainda são usados termos árabes e pérsicos, enquanto a recitação de sutras é em árabe. Os huis são crentes da religião islâmica que exerceu profundas influências a vida, costumes, habitos, cultura e artes dos huis, principalmente no seu vestuário, alimentação, moradia, casamento, funeral, festas e esportes.

Nos anos do reinado de Tong Zhi da Dinastia Qing (entre 1862 e 1874), o povo hui desencadeou grande rebelião no Noroeste da China a fim de lutar contra a dominação feudal, porém foi reprimida pela corte Qing, razão pela qual, muitos huis foram obrigados a viver em regiões mais afastadas e pobres. Desde 1949, ano em que se fundou a República Popular da China, com a política de igualdade entre as nacionalidades observada pelo estado, os huis tornaram-se donos do país com sua vida visivelmente melhorada e com o respeito a sua religião, habitos e costumes.

Atualmente, a China conta com mais de 8 milhões de huis que se espalham por todo o país, principalmente nas províncias de Ning Xia, Gan Su, Qing Hai, Shan Xi, Xin Jiang, He Nan, He Bei, Shang Dong, Yun Nan, An Hui, Liao Ning e Beijing. Atendendo a costumes dos huis, além da Região Autonoma da Nacionalidade Hui do Ning Xia, foram estabelecidos dois Zhous e nove Distritos Autônomos dessa nacionalidade( alguns dos quais junto com outras minorias nacionais).

A Região Autônoma da Nacionalidade Hui de Ning Xia fundou-se a 25 de Outubro de 1958. Da população total de 5 milhões e 300 mil, 33,4% são da etnia hui. Segundo a Constituição, sob a direção do govêrno central, na Região Autônoma da Nacionalidade Hui de Ning Xia aplica-se a política de autonomia regional nacional, com o que os organismos autônomos como as assembléias populares eleitas, os comitês permanentes e os govêrnos populares da Região exercem o poder autônomo nas áreas política, econômica, financeira, cultural e educacional.

Em plena consideradação da representatividade tanto da nacionalidade hui como de outras nacionalidades na eleição dos delegados para as assembléias populares da Região, o percentual dos delegados destas minorias nacionais é, em geral, mais alto que sua porcentagem populacional. Ao mesmo tempo, os cargos de presidente do comitê permanente das assembléias populares de diversos níveis, de governador da Região Autônoma e de prefeitos, comissários e governadores distritais onde se concentra a nacionalidade hui são assumidos por quadros da etania hui, de modo a garantir de maneira orgânica a posição social dos huis como donos do país e seu direito de administração dos assuntos próprios. Agora, o número total dos responsáveis da nacionalidade hui aumentou 7 vezes em comparação com 40 anos atrás.

Em toda a sua história, a etnia hui professa o islamismo e o toma como uma condição previa para o cruzamento e convivência com outras etnias. As mesquitas constituem suas principais localidades para as atividades religiosas. Em toda a região de Ning Xia, existem mais de 3000 mesquitas de diversos estilos arquitetônicos e de diferentes dimensões, onde trabalham mais de 4000 Ahungs que atendem bem às necessidades dos huis. A mesquita é administrada pela comissão específica eleita por seus crentes muçulmanos.

São impostos cinco deveres religiosos denominados "pilares da fé": Recitar a profissão da fé (ler em árabe e em voz alta a chahada ), dizer as preces rituais (cinco vezes por dia voltado para Meca, uma vez por semana na 6ª feira na mesquita), cumprir o jejum (jejuar um mes por ano), pagar uma taxa (uma obrigação religiosa que dependia de cada indivíduo segundo seus bens) e realizar a peregrinação a Meca (pelo menos uma vez na vida como uma condição).

As principais festas tradicionais dos huis são três: Quebrar Jejum, Corban e Festa Sagrada.

A festa de quebrar o jejum comemora-se em geral em Setembro, mes de ramadã dos muçulmanos, segundo o calendário islâmico. Neste mes, os muçulmanos não podem comer, beber e fumar desde o nascer do sol até o crepúsculo. Porém, durante as noites, tudo volta a ser lícito. Ao completar o mes, eles comemoram a festa "Quebrar Jejum" solene e grandiosamente.

Os muçulmanos comemoram, 70 dias depois da festa de quebrar jejum, a festa Corban, conhecida também como festa de corte, que cai no dia 10 de Dezembro segundo o calendário islâmico. Trata-se de uma grande festa muçulmana em que se realizam todas as atividades confraternais.

Comemora-se a festa sagrada no dia 12 de Março unindo a comemoração da data de nascimento de Muhammad e data da purificação. Nesse dia, são realizadas atividades comemorativas de diferentes formas.

Foi ainda fundada a entidade religiosa--associação muçulmana de diversos níveis, a fim de tratar e administrar a vida religiosa da etania hui.

Hoje em dia, sob a política de igualdade e unidade entre todas as nacionalidades, convivendo harmoniosamente com outros, a nacionalidade hui está dando contribuições à construção da modernização da China com sua plena sabedoria e diligência.