O teatro de sombras chinesas, uma tradicional arte folclórica chinesa, possui quase dois mil anos de história e marcha pelo caminho para seu renascimento após um vertiginoso declínio e de correr um sério risco de extinção, graças aos esforços para o resgate, preservação e interesse nutrido pelas zonas rurais.
Conhecidas como um precursor do cinema moderno, as sombras chinesas são peças teatrais dramáticas compostas por figuras feitas de papel, couro de búfalo ou de burro projetadas numa tela branca. O ator manipula as figurinhas por trás da tela enquanto canta o enredo do conto.
As sombras chinesas - que nasceram durante a dinastia Han (206 a.C a 220 d.C), na província do Shaanxi, no noroeste da China, estenderam-se pelo sul da Ásia, Ásia Central, Ásia Ocidental e África do Norte no século XIII e à Europa no século XVII. O famoso poeta alemão, Goethe, representou uma ópera européia com o formato desta antiga arte chinesa, do que derivou o cinema moderno.
Suas peças são muito simples: algumas pértigas de bambu, caixas de cenário e poucos atores, que manipulam as figurinhas de sombras e cantam ou tocam instrumentos musicais. Dizem que "uma boca canta a história de mil anos, enquanto duas mãos manipulam milhões de soldados".
As sombras chinesas, com distintos estilos folclóricos, eram um dos únicos entretenimentos das aldeias chinesas antigamente. No entanto, ela começou a desaparecer gradualmente, devido ao impacto dos modernos meios audiovisuais como a televisão e os filmes.
Muitos grupos de sombras chinesas se dispersaram e muitos de seus artistas morreram ou mudaram-se para outras profissões. A arte se encontrava à beira da extinção em algumas zonas. Por sorte, ela ainda continua ativa e muito aplaudida entre a população de algumas zonas rurais da China.
Uma pertiga de bambu, três caixas de cenário e seis atores constituem uma companhia de teatro de sombras chinesas chamada Shanhua.
A companhia, fundada em 1933 na cidade de Zaozhuang, na província do Shandong, não só representa dramas bem orquestrados em aldeias da província, como também leva a antiga arte a mais de 20 províncias e municípios.
Segundo Chen Shouke, chefe da companhia, eles se apresentam, anualmente, cerca de cem vezes. Cada apresentação dura de três a seis horas. Algumas vezes uma função dura quase toda uma noite, já que o público entusiasticamente pede "bis".
Geralmente a companhia permanece em uma aldeia durante sete ou oito dias, algumas vezes até um mês e o número de espectadores alcança os milhares.
Desafiada pela indiferença entre os jovens, a companhia continua aumentando novos dramas a sua lista de representações.
A China está solicitando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a tombar a arte de sombras na lista de patrimônios culturais intangíveis. 
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