A Varig anunciou oficialmente o estabelecimento das ligações aéreas diretas entre o Brasil e a China. O vice - presidente de planejamento da Varig, Alberto Fajerman, confirmou a finalização das negociações com a Air China na manhã desta segunda-feira em Beijing. Com isso, a Varig tornou-se a primeira empresa aérea da América Latina a se instalar na área continental chinesa.
O acordo final para o início das operações foi fechado na semana passada em Frankfurt, Alemanha, após quase dois anos de aproximações e negociações. Segundo Fajermam, o aprofundamento das relações bilaterais políticas e comerciais entre os dois países registrado no ano passado foi decisiva.
O otimismo de Fajermam tem razão de ser. Ele assinalou: Estaremos voando para país que possui um potencial de 85 milhões de passageiros. Além disso, com os atuais problemas nos EUA, e com o crescimento dos interesses chineses na América do Sul, acredito que possamos nos transformar no segundo destino turístico dos chineses, logo atrás da Europa.
Fajermam também confirmou a realização de quatro vôos semanais entre os dois países. O tempo previsto de viagem é de vinte e cinco horas, com uma escala no aeroporto de Munique, na Alemanha. A rota será operada por Boeing's 777 com capacidade para 280 passageiros, que oferecerão 1120 assentos semanais na rota Rio de Janeiro - São Paulo - Munique ? Pequim. Os vôos ocorrerão sob o regime de code share com a Air China e contarão com a presença de comissários brasileiros e chineses. A Varig e a Air China obtiveram um acordo com a Lufthansa e serão beneficiadas pela Quinta Liberdade, podendo embarcar passageiros durante a escala naquele país para qualquer de seus destinos finais.
A Varig também estaria se beneficiando da política de estreitamento das relações bilaterais implementada pelo governo Lula. O fortalecimento das relações políticas e econômicas se traduzem em passageiros. Por isso, elaboram hipóteses que incluem a Índia e a África do Sul".
A Varig já operou vôos com destino a Hong Kong, via África do Sul. Eles foram suspensos devido aos déficits acumulados na rota. No entanto, a aproximação das posições políticas e o crescente comércio bilateral entre os dois países que movimentou cerca de US$ 6,7 bilhões no ano passado, estimula o aumento da demanda de passageiros. Os vôos visam atender também as viagens familiares de brasileiros e chineses para seus respectivos países. Cerca de 250 mil chineses residem no Brasil, enquanto mais de dois mil brasileiros vivem na China.
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