A Região Autônoma da Mongólia Interior, situada no norte da China, possui grandes pradarias e se dedica à pecuária. Devido ao crescimento populacional e às extensivas pastagens, as estepes foram desertificadas ao longo dos anos 90 do século passado. Nos últimos anos, a Região está adotando muitas medidas. Uma delas é promover a migração dos habitantes locais, a fim de melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida da população. Trata-se de uma medida efetiva para a solução da degeneração ecológica e a dificuldade dos camponeses e pastores locais.
Recentemente, nossa reportagem esteve em Qian Shuangjing, uma nova aldeia de migrantes. Logo que chegamos à aldeia, nossa reportagem foi conhecer um novo conjunto habitacional de 3 quilômetros quadrados. O loteamento possui três ruas, as casas foram construídas com tijolos e há uma grande área verde com árvores, girassóis e flores. Além disso, ele possui muitas estufas para o cultivo de legumes e verduras.
Cerca de 400 famílias vivem neste conjunto. O agricultor mongol Zhang Ping, 35 anos, emigrou para a aldeia há um ano. Ele afirmou que sua localidade de origem ficou completamente desertificada. Por isso, não podia continuar vivendo lá".
"Minha terra natal está totalmente desertificada. Por isso, não podíamos continuar vivendo lá. Em setembro do ano passado, mudamos para cá e nos deparamos com um ambiente muito mais favorável".
Sua casa possui mais de 30 metros quadrados. Além disso, ele possui um curral com mais de 40 metros quadrados, uma estufa e um pedaço de terra para o cultivo agrícola, levando uma vida confortável. Para construir estas instalações, ele gastou apenas pouco mais de mil yuans e recebeu cerca de 20 mil yuans em subsídios do governo local.
Os habitantes desta aldeia sobrevivem de suas plantações e criações. Na sua estufa, Zhang produz pimentões, tomates e outros legumes. Ele também obteve um empréstimo bancário para adquirir uma vaca-leiteira. Agora, sua família leva uma vida muito melhor que antes.
"No passado, nós sobrevivíamos do cultivo de cereais e obtínhamos uma renda anual de 600 yuans (menos de 100 dólares). Além disso, ficávamos sujeitos às intempéries da natureza, como a temporada de chuvas para obtermos uma boa colheita. Mas, agora, a renda média anual dos habitantes desta aldeia chega a 4 mil yuans (500 dólares). Algumas famílias podem ganhar até 6 mil yuans ( pouco menos de mil dólares). Também não tínhamos algumas comodidades, como energia elétrica, televisão a cabo e água potável. As estradas asfaltadas estão interligadas."
No entanto, Zhang não reduziu o seu ritmo de trabalho. Pela manhã, ele sai para entregar a produção de sua vaca leiteira o centro de beneficiamento e pasteurização. Depois, vende suas verduras e legumes numa feira. Ao voltar para casa, cuida de sua vaca e de sua lavoura.
A aldeia também dispõe de um posto médico e de uma escola primária, freqüentada por sua filha de nove anos.
O responsável pela recuperação ambiental da aldeia, também nos falou um pouco sobre o projeto:
"O projeto de migração foi motivado pela degradação ecológica, escassez e má qualidade de água potável. Elas geram precárias condições de vida e forçaram a migração de 695 famílias, distribuídas em 21 aldeias."
Além da aldeia Qian Shuangjing, uma outra aldeia foi construída à beira de uma fonte. Neste projeto, no entanto, o governo não forçou a migração. Todos os moradores migraram voluntariamente.
Zai afirmou: "O princípio de nosso trabalho é fazer com que as famílias migrem voluntariamente. No princípio, como algumas pessoas não conheciam bem a política governamental para a migração, poucos acreditavam e se dispunham a participar do projeto. No entanto, muitas famílias aderiram ao projeto depois de conhecê-lo. O projeto prevê a migração de 10 mil famílias na próxima década, além de 3.8 mil pessoas pobres".
O projeto de migração está elevando a qualidade de vida dos camponeses e incentivando a agropecuária. Algumas empresas são responsáveis pela pasteurização produzido nesses núcleos habitacionais enquanto a produção de legumes e verduras chega até as prateleiras dos supermercados em Beijing ou de outras grandes cidades.
O projeto também privilegia a recuperação de estepes. Segundo os dados estatísticos, a migração de uma pessoa equivale à recuperação ambiental de três hectares de estepe.
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