• Fanzine• Sobre CRI• Sobre o Dept.
China Radio International Monday    Jun 2th   2025   
China
Mundo
  Notícias
  Economia
  Cultura
  Ciência e Tecnologia
  Esporte
  Turismo
  Diplomacia

Repórter

Cultura

Turismo

Sociedade

Etnias

Mundo Lusófono

Culinária
(GMT+08:00) 2004-01-18 16:04:59    
Festival da Primavera na China de hoje

cri
O dia 22 de janeiro de 2004 será o "nian", Ano Novo segundo o calendário lunar chinês. Segundo a lenda antiga, "nian" era um terrível animal que só vinha aparecer para devorar o ser humano no último dia do ano velho. Para resistí-lo, à véspera do ano novo, os chineses adornavam a casa com luzes, lançavam foguetes e pregavam nas paredes versos distribuídos em papel roxo, enquanto passavam a noite à luz de vela, com o que atemorizavam o "nian". Com o passar do tempo, "nian" têm-se convertido na festa mais importante dos chineses. Quando a mesma se aproxima, as pessoas que trabalham longe de seus lugares de origem, devem regressar à sua cidade natal para reunir-se com os familiares e celebrar a festa juntos.

Na atual sociedade de negócios, a Festa da Primavera vai perdendo gradualmente seu antigo interesse, valor tradicional e sentido.

Antes os chinêses se sentiam atraídos à festa não só pelos trajes alegóricos e as funções, como também pelas atividades de protocolo. Mas hoje em dia, com a elevação do nível de vida e o aceleramento do ritmo de vida, sem dúvida, os costumes tradicionais vão se mudar.

"A Festa das Lanternas deixou de ser celebrado desde que cada família passou a possuir um aparelho de televisão. Na proporção que os mestres idosos vão falecendo, diminui-se o número dos conhecedores desta arte popular. Por outro lado, para os jóvens o mais interessante da Festa da Primavera têm sido sempre a tradição de lançar foguetes. Agora que esta prática está proibida, devido ao perigo que a mesma apresenta, outro atrativo da festa começa a desaparecer", segundo palavras de Zhang, de origem camponês.

Os empresários aproveitam a oportunidade para promover suas vendas. "O conceito humano está sendo substituído pelo comercialismo. Agora a festa significa nada mais que viagens e compras", considera um sociólogo.

Durante estes dias, as palavras "turismo" e "promoção" aparecem com frequência na imprensa. Tudo deixa claro que a festa de ano novo já não significa apenas férias e reunião com os familiares, como tambem uma data especial na qual o governo e os empresários incentivam os consumidores a gastar mais dinheiro.

Em tempos de escassês de alimentos, a Festa da Primavera era sinônimo de fim de abstinência forçada, pois se preparavam muitos pratos e bebidas, e se estreiavam vestidos novos. Atualmente buscam por qualquer momento as excelentes propostas gastronômicas. Os chinêses sempre expressam esta nova satisfação dizendo: "Passamos agora cada dia como o Ano Novo".

Na China existia o costume dos idosos deixarem dinheiro para a geração jóvem (prática que se chama hong bao, pois o dinheiro era colocado numa sacolinha vermelha) às vésperas da festa. Este costume se mantém até os dias de hoje, porém sem o mesmo significado anterior. Nesse aspécto se destaca a província de Guangdong. Cada vez que alguém se encontra com um amigo ou um parente solteiro, este deve entregá-lo um hongbao.

De acordo com uma pesquisa do ano passado, aos olhos dos beijineses e shanghaineses, a Festa da Primavera significa "descanso" e "visitas recíprocas entre parentes e amigos", enquanto que uns 12 % dos guangdoneses consideram que a referida festa implica em se "fazer a entrega da dádiva do hongbao".

A pesquisa do ano passado revela também que a maioria dos jóvens é indiferente à festa tradicional. Uns 35% dos jóvens, de idade inferior a 20 anos, considera um incômodo a visita recíproca entre os parentes.

"Tenho a sensação de que dedico a Festa da Primavera a outras pessoas e não a mim mesma", explica a senhorita Xiong, vendedora de vestidos. "Os pais querem reunir-se um com outro, e os parentes querem visitar-se recíprocamente. Eu teria feito opção de ir para Hainan ou simplesmente descançar. Finalmente não consegui fazer isto. Parece-me que celebrar a festa tradicional é mais desgastante do que vender vestidos. Meus primos também reclamam muito. As festividades nos parece monótonas".

O senhor Meng, de 30 anos, saiu de sua cidade natal aos 18 anos e agora trabalha em Beijing. Ao fazer menção de seu retorno à casa de seus familiares durante a Festa da Primavera, diz: "Só me recordo da maneira humana na estação de trens. Nos fins de 1988, imbuído de um forte desejo de reunir-me com os meus familiares, regressei a casa de meus pais pela primeira vez. Nesse dia, no entanto, devido ao transporte estar sobrecarregado, passei dois dias e duas noites em pé. Quando retornei a Beijing, os vagões também estavam cheios de gente. Perdi 4 quilos nessa viagem terrível. Jurei que nunca mais voltaria a casa de meus familiares na Festa da Primavera. Sem dúvida, continuo regressando todos os anos. Considerando as melhorias nas condições de transporte, os vagões continuam repletos".

Nos últimos 10 anos, têm ocorrido uma grande melhora na linha ferroviária, que vem desempenhando um papel importante no transporte primaveral: A velocidade aumentou, melhoraram-se as condições dos vagões e aumentou-se a quantidade de trens. No entanto, não se conseguiu resolver o problema radicalmente. O motivo é a população flutuante que cresce todos os dias. Cada ano, durante o mês anterior e posterior a festa, milhares de chineses regressam à sua cidade natal e voltam a trabalhar, sem se importar quão difícil e longo seja o caminho.

Aproxima-se o "nian". O que fazer? Visitar a família ou aquietar-se na cidade? Como pasar o Ano Novo? Hoje estas perguntas mexem com o coração dos chineses.

Post Your Comments

Your Name:

E-mail:

Comments:

© China Radio International.CRI. All Rights Reserved.
16A Shijingshan Road, Beijing, China. 100040