Especialista australiano critica "padrão duplo" da Austrália em relação às respostas à epidemia na China e no Reino Unido
O jornal de Hong Kong South China Morning Post publicou no dia 14 um artigo do especialista do Conselho Empresarial da China na Austrália, Daryl Guppy, no qual ele critica o "padrão duplo" do seu país no contexto da epidemia de Covid-19.
Ele observa que o coronavírus mutante foi identificado pela primeira vez em Kent, no Reino Unido, em 20 de setembro, mas o secretário de Saúde britânico, Matt Hancock, só reconheceu publicamente a existência do novo vírus altamente contagioso no dia 14 de dezembro.
"Se isso tivesse acontecido na China, a mídia ocidental teria sido rápida em acusar de 'encobrimento', mas desta vez o Reino Unido não informou o mundo por quase três meses, e os países ocidentais, incluindo a Austrália, quase não notaram isto", escreveu Guopy.
No artigo ele salienta que este "padrão duplo" faz lembrar o passado colonial da Austrália, quando o país era um posto avançado europeu na Ásia. Por isso, a Austrália tem um racismo que permeia cada vez mais sua estratégia de política externa, como evidenciado por sua resposta à epidemia no Reino Unido.
Apesar da natureza altamente contagiosa da variante do coronavírus, a Austrália não proibiu a entrada de turistas britânicos no país. Com o crescente o número de pessoas infectadas na Austrália, o país finalmente exigiu na semana passada que os visitantes do Reino Unido embarcassem com prova de um teste negativo para o coronavírus. A resposta atrasada da Austrália à mutação do coronavírus é um forte contraste com que o país restringiu a entrada de vôos chineses nos primeiros dias da epidemia, em fevereiro de 2020.
Daryl Guppy menciona no artigo que a decisão de não proibir cidadãos britânicos de entrar no país mostra claramente que o governo australiano trata grupos diferentes com regras diferentes, e que isso prejudicou a relação da Austrália não apenas com a China, mas também com outros países.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Diego Goulart