Médicos chineses compartilham com colegas brasileiros experiência de combate à pandemia
Médicos do Terceiro Hospital da Universidade de Pequim compartilharam na terça-feira (9) com seus colegas brasileiros as experiências no tratamento e resgate de pacientes com Covid-19, em um programa ao vivo da Rede Global da Televisão da China(CGTN, na sua sigla em inglês).
O Terceiro Hospital da Universidade de Pequim enviou mais de 400 profissionais de saúde para participar da luta contra a pandemia em Wuhan, durante mais de dois meses. Foram acumuladas muitas experiências em relação ao controle de epidemia, diagnóstico, testes e resgate de pacientes. “É de nossa responsabilidade e obrigação compartilhar com médicos de todos os países esse aprendizado”, afirmou a acadêmica e diretora-geral do hospital, Qiao Jie.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde brasileiro, o país contabiliza 772.416 casos confirmados e 39.680 mortes, até as 18h da quarta-feira (10).
A taxa de mortalidade dos pacientes graves em hospitais públicos do Brasil ultrapassou 70% e a incidência chegou a 56% em hospitais privados, constatou Victor Cravo, coordenador das unidades de terapia intensiva do America's Medical Group do Brasil. Ele espera aprender com as práticas chinesas para reduzir a taxa de mortalidade no Brasil.
No início da pandemia, a China registrou também uma alta taxa de mortalidade. A incidência em pacientes graves da UTI chegou a 52%, cuja situação foi semelhante a do Brasil, contou a médica do Departamento de Emergência do Terceiro Hospital da Universidade de Pequim, Li Shu. Isso se deve a grande quantidade de pacientes à espera para serem atendidos e à carência de leitos, equipamentos e suprimentos médicos na fase inicial. Em muitos pacientes, a doença avançou rápido, o que resultou na alta taxa de mortalidade, informou a médica chinesa.
A eficiência de resgate foi elevada consideravelmente graças a 30 máquinas de Oxigenação por membrana extracorporal (ECMO), vindos de todo o país, lembrou ela.
Em uma hora de transmissão ao vivo, profissionais dos dois países discutiram os critérios para a retirada de respiradores, cuidados nas operações, o uso de medicamentos contra o vírus e o uso de máquinas ECMO.
Tradução: Zhu Jing
Revisão: Diego Goulart