Comentário: diga "não" a ameaças e intimidações
Nota do editor: Hanan Hussein é um analista de segurança do Centro de Estudos do Sul da Ásia da Escola de Economia e Ciência Política de Londres. Este artigo representa apenas o ponto de vista do autor e não do Grupo de Mídia da China.
Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou congelar o financiamento para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e acusou-a de ser "muito centrada na China", os falcões anti-China no Congresso norte-americano intensificaram sua campanha de estigmatização contra Beijing.
O senador republicano Todd Young criticou que a OMS permitiu a resposta impiedosa dos chineses e a desinformação perpetuada da China.
O governo norte-americano já instruiu os departamentos de alto nível, incluindo o Departamento de Estado e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, a obter autorização de nível superior antes de enviar mais fundos à OMS para o resto do ano fiscal. Antes disso, Trump também ameaçou que poderá parar o apoio de US$500 milhões para a OMS.
Enquanto isso, os direitistas de Washington, mal informados e profundamente confrontadores, estão usando isso como uma oportunidade para sublinhar as "consequências esmagadoras e perigosas" da "influência da China" na organização global.
Contudo, para a OMS, todas as acusações de Washington são infundadas. O fato é que, já em janeiro deste ano, a entidade tinha declarado que a epidemia tem o risco de se espalhar amplamente. Mas o governo norte-americano ignorou o alerta.
Além disso, os Estados Unidos possuem uma grande quantia de fundos e podem comandar o trabalho da OMS à vontade, o que é inerentemente problemático. Ao contrário da afirmação de Trump, registros oficiais do órgão confirmam que as contribuições financeiras de Washington não constituem a maioria.
Em resposta às ameaças financeiras de Trump, a OMS está preparando um programa de financiamento de mais de um bilhão de dólares estadunidenses, com fim de se livrar da coerção dos EUA e alavancar o apoio de outros Estados membros.
Vale ressaltar que os EUA ainda estão pensando em criar uma outra instituição alternativa à OMS. Assim, os norte-americanos podem criticar a China sem nenhum obstáculo.
A posição de Washington sobre a OMS contrasta fortemente o consenso global. As autoridades globais de saúde, bem como altos funcionários estaduais enviados e especialistas dos EUA já mostraram uma atitude favorável à OMS sobre suas respostas ao COVID-19. No entanto, eles não podem fazer uma avaliação positiva sobre os trabalhos do governo de Trump em relação à pandemia.
Perante o surto do COVID-19, em vez de cooperar para acabar com o mal o mais cedo possível, Washington está ocupada na procura de culpados.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Diego Goulart