Ásia seguirá liderando crescimento global por mais 20 anos, dizem especialistas
A Conferência Anual 2018 do Fórum Boao para a Ásia está sendo realizada em Boao, na província de Hainan. Vários especialistas e acadêmicos chineses e estrangeiros afirmaram hoje (9) que, nos próximos 20 anos, a Ásia continuará a ser a região que mais cresce na economia mundial. Acrescentaram que as novas medidas de abertura ao exterior da China, anunciadas neste fórum, recebem ampla atenção.
Dai Xianglong, o ex-presidente do Banco Popular da China, disse que o desenvolvimento da iniciativa de "Cinturão e Rota" dará novas oportunidades para a Ásia.
"Nos últimos 20 anos, o crescimento médio anual da economia asiática é de 6,8%, e será a mais rápida do mundo nos próximos 20 anos. A principal razão é que o desenvolvimento da China é forte e a velocidade do progresso da Índia será mais rápido. A cooperação entre a China, o Japão e a Coreia do Sul e os dez países da ASEAN será reforçada."
Em relação ao futuro da economia da China, Dai Xianglong afirmou que, nos últimos anos, o declínio do crescimento econômico do país não é uma manifestação da recessão econômica, mas é um ajuste ativo e efetivo da China e de sua estratégia de desenvolvimento econômico. Ele acredita que o avanço econômico da China no futuro se concentrará mais na qualidade.
"Em primeiro lugar, temos de realizar a reforma no lado da oferta e criar capacidade de produção de alta tecnologia. Em seguida, deve-se melhorar a oferta de capital, aumentar a capacidade da oferta de capital social e melhorar a oferta de habitação."
O secretário-geral da Federação da Indústria e Comércio da Índia, Sanjaya Baru, presta atenção às novas iniciativas da China sobre a reforma e a abertura.
"Do ponto de vista do desenvolvimento, à medida que o consumo da China aumenta e a renda dos residentes chineses aumenta, o país também tem maior capacidade de expandir as importações de outros países, incluindo os países em desenvolvimento. Se a China desempenhar um papel mais importante na expansão das importações e no investimento ao exterior, será uma coisa boa tanto para a China quanto para os países em desenvolvimento. "
Os acadêmicos participantes também mencionaram que o crescimento econômico asiático ainda enfrenta muita incerteza, incluindo o atrito comercial entre a China e os EUA. O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Econômicas, Fan Gang, afirmou que:
"As exportações chinesas para os Estados Unidas contêm muitas importações dos países asiáticos, tais como os painéis visuais da Coreia do Sul. Suas peças são importadas do Japão e da Malásia, além de alguns produtos de recursos de países do sudeste asiático, que foram montados na China e depois exportados para os EUA. O atrito comercial entre os dois países afetará toda a cadeia comercial."
Tradução: Cecília Ma
Revisão: Diego Garcia Goulart