Déficit comercial dos EUA com China é armadilha
O governo dos Estados Unidos anunciou, no último dia 3, a cobrança de tarifas extras de 25% sobre 1333 produtos chineses importados pelos EUA, totalizando US$50 bilhões. O representante da Câmara do Comércio Internacional da China na União Europeia, Chen Min, comentou que o objetivo real dos EUA é enfraquecer as instalações chinesas e sua capacidade em pesquisa científica. Para ele, a investigação sob a Seção 301 do Ato do Comércio dos EUA, que serviu de base para a elaboração da lista de sobretaxa, não se baseia nos fatos.
“A Câmara do Comércio Internacional da China participou, em nome do setor industrial e comercial chinês, da chamada investigação 301. Nós apresentamos materiais de defesa de aproximadamente mil páginas. Faltam, nas acusações, fatos e provas. A nossa entidade se opõe, em nome do setor industrial e comercial da China, à prática unilateral do governo norte-americano.”
Para Chen Min, o surgimento de disputas entre empresas nas transações internacionais é inevitável. No entanto, o governo norte-americano, partindo do seu objetivo político, exagerou os fatos, violando os princípios básicos de honestidade e credibilidade. O alvo da medida do governo norte-americano é a estratégia chinesa do “Made in China 2025”, disse Chen Min.
“Com o pretexto de ‘a China rouba e força a transferência de tecnologia’, a lista norte-americana abrange produtos relacionados quase totalmente à tecnologia de ponta, como armas, aeronaves e equipamentos aeroespaciais, equipamento médico e produtos óticos. Daí podemos ver claramente que o objetivo real desta lista é enfraquecer as instalações e a capacidade chinesa na pesquisa científica, tentando atrasar a implementação da estratégia Made in China 2025.”
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse no Twitter nesta quarta-feira (4) que o déficit anual dos EUA gira em torno de US$500 bilhões, e o país também sofre um roubo de US$300 bilhões em direitos de propriedade intelectual. Chen Min disse que o déficit é uma armadilha montada pelos EUA.
“Por um lado, os EUA restringem a exportação de tecnologias, contendo desta forma a escalada industrial da China e mantendo os altos lucros de smonopólio e a posição vantajosa das suas empresas. Por outro lado, atacam a China, acusando-a de buscar o superávit comercial. Esse equilíbrio comercial norte-americano, marcado pela intenção e inflexibilidade, é uma transação forçada, e não uma prática da economia de mercado.”