China não cederá à pressão externa em caso de fricção comercial
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (4) que vão impor tarifas de 25% sobre 1.333 produtos importados da China, totalizando US$ 50 bilhões. Para defender seus direitos e interesses, o governo chinês decidiu adotar tarifas de 25% sobre 106 mercadorias norte-americanas, divididas em 14 categorias. Os itens tributados são soja, veículos, produtos químicos e aviões. Os responsáveis dos Ministérios das Finanças e do Comércio da China participaram hoje de uma coletiva de imprensa, na qual salientaram que o país não vai ceder a nenhuma pressão externa.
O vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, declarou que a tarifação dos EUA aos produtos chineses viola as obrigações internacionais, além de ser infundada. A China, disse ele, é forçada a responder.
“Segundo o Direito Internacional e a 7ª cláusula da Lei do Comércio Exterior da China, temos de adotar contramedidas quando qualquer país ou região praticar medidas comerciais de discriminação ou restrição. A sobretaxa chinesa aos produtos americanos, no total de US$ 50 bilhões, é uma medida contida.”
O vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, afirmou que a soja, como objeto de tributação, visa respeitar as demandas dos agricultores chineses. Os dois países já apresentaram seus próprios pedidos. Agora é tempo de voltar à mesa de negociação.
“A venda de soja para a China ocupa 62% da exportação total de soja dos EUA no momento. Em 2017, a exportação de soja norte-americana atingiu 32,85 milhões de toneladas, ocupando 34,39% da importação total deste grão pela China. Os produtores de soja chineses sustentam que os subsídios do governo norte-americano impactam seus negócios. Até o momento, a lista de tarifação ainda não entrou em vigor. Os dois lados têm oportunidades de negociar. Os EUA devem respeitar os interesses da China e não impor condições.”
Na coletiva de imprensa, os dois vice-ministros reiteraram que a China não procura superavit comercial e espera alcançar gradualmente o equilíbrio do comércio no processo de cooperação. A guerra comercial não tem um vencedor, ressaltaram as autoridades chinesas. Como um membro responsável da Organização Mundial do Comércio, a China não quer se envolver em atrito comercial, mas resistirá caso ele ocorra, disse Zhu Guangyao.
“Esperamos que os dois países possam se tratar com franqueza e respeitar um ao outro. A consulta deve ser realizada conforme os princípios de colaboração e de benefício recíproco. Desde a fundação da Nova China, o país nunca sucumbiu à pressão externa. Isto é uma história de desenvolvimento e luta do povo da Nova China.”
Para comemorar o 40° aniversário da aplicação da reforma e abertura, a China também lançará mais medidas para acelerar o ritmo de abertura. O país vai manter a porta aberta a todo o mundo, afirmou Zhu Guangyao.