Diplomata chinês diz que diferentes sistemas sociais e ideologias não devem afetar coexistência pacífica entre China e EUA
Diferentes sistemas sociais e ideologias não devem impedir a coexistência pacífica entre a China e os Estados Unidos, disse o cônsul-geral chinês em Los Angeles, Zhang Ping, acrescentando que os dois países podem cooperar em muitas tarefas urgentes.
Zhang fez os comentários nesta terça-feira em um seminário via web organizado pelo Conselho do Pacífico sobre Política Internacional com sede na cidade de Los Angeles, de acordo com um comunicado do Consulado-Geral da China em Los Angeles divulgado nesta quarta-feira.
Mesmo observando as interações positivas entre a China e os Estados Unidos desde que a administração Biden tomou posse, Zhang disse em seus comentários iniciais que as relações China-EUA continuam difíceis e tensas em algumas áreas em virtude de o lado americano ter tomado uma série de ações negativas recentemente.
"A história das relações bilaterais prova que a China e os Estados Unidos ganham com a cooperação, mas perdem com o confronto", afirmou Zhang, acrescentando que a cooperação é a única escolha certa.
O diplomata chinês destacou a importância do diálogo e da cooperação entre as duas maiores economias do mundo, citando três tarefas urgentes que devem cooperar: o combate à pandemia da COVID-19, o enfrentamento da mudança climática e a promoção da recuperação econômica mundial.
Ao comentar as recentes conversações China-EUA sobre a mudança climática, Zhang disse tratar-se de uma prova de que os dois países podem trabalhar juntos em questões de interesse comum.
"Esperamos que a cooperação China-EUA não se limite à área climática ou às questões que preocupam os Estados Unidos", afirmou. "Deve ser bidirecional e mutuamente benéfica, e atender às preocupações e necessidades de ambos os lados."
Zhang também expressou a esperança de que o lado americano tenha uma compreensão correta sobre o desenvolvimento chinês e evite erros de cálculo sobre as intenções estratégicas da China, reiterando o direito legítimo do povo chinês de buscar uma vida melhor.
"No momento, as relações China-EUA estão diante de uma importante escolha. A escolha que devemos fazer terá uma influência direta no bem-estar dos dois povos e no futuro do mundo", disse ele. "Precisamos garantir que o relacionamento vá na direção certa e não caia na armadilha do conflito".
Zhang elogiou os laços estreitos da China com a Califórnia e disse que "o sul da Califórnia tem um peso especial neste relacionamento".
Ele mencionou que em 2019, a China era o maior parceiro comercial da Califórnia, e o estado americano tinha o maior volume comercial com a China e o maior investimento chinês entre todos os outros estados.
"No entanto, dados os enormes benefícios que este relacionamento estreito trouxe para ambos os lados, todos nós temos interesse em ver a conexão da Califórnia com a China permanecendo forte", disse.
Zhang participou com Jerrold Green, presidente e diretor executivo do Conselho do Pacífico sobre Política Internacional, que atuou como moderador do seminário via web.
Green indicou que tanto a Califórnia quanto a China estão na borda do Pacífico. "Embora estejamos separados por um considerável corpo de água, somos vizinhos".
Ele disse que mesmo que haja muitas questões que dividem os Estados Unidos e a China hoje, que são relevantes para ambos os lados, ainda há a possibilidade de os dois países encontrarem áreas de cooperação.
"Quando podemos ser colaborativos, a Califórnia se encaixa bem neste contexto", afirmou.
Green destacou que há duas áreas que têm o maior potencial de colaboração entre a Califórnia e a China: "Saúde global, especificamente o que aprendemos com a pandemia global, e mudança climática".
Ele também destacou a importância da visita do Enviado Presidencial Especial dos EUA para o Clima, John Kerry, à China na semana passada.