Zhu: Olá a todos os internautas da Rádio Internacional da China! Sou Zhu Wenjun. O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, deve visitar a China este mês. Por este motivo, o departamento de língua portuguesa da CRI decidiu promover este diálogo on-line, e trazer, com muita honra, dois convidados especiais: o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, e o pesquisador do Centro de Pesquisa dos Assuntos Internacionais da Agência de Notícias Xinhua, Chen Jiaying.
Muito bom dia, senhor embaixador. Bem-vindo à CRI.
Embaixador: Bom dia e muito obrigado. É um prazer estar aqui ao lado do Professor Chen.
Zhu: Senhor Chen Jiaying, muito obrigada por vir à Rádio trocar idéias e opiniões com os nossos internautas.
Professor Chen Jiaying: Bom dia.
Zhu: Bom, nós colecionamos e-mails, dúvidas e temas que mais interessam os nossos internautas sobre as relações entre a China e o Brasil, e também sobre a visita do presidente Lula à China.
Senhor embaixador, este ano marca o 35º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil. O senhor pode fazer uma avaliação sobre a trajetória do desenvolvimento das relações bilaterais?
Embaixador: Com o maior prazer. Eu acho que esse é um evento importante e o fato de que a visita do presidente Lula se dá esse ano, tem uma especial significação. Trinta e cinco anos podem não parecer muito tempo, sobretudo para um país como a China, que tem uma história milenar, mas em trinta e cinco anos nós construímos uma relação extraordinariamente importante entre o Brasil e a China. Na verdade, as relações entre o Brasil e a China datam de muito tempo, e foram, em alguns momentos da história, muito intensas, como no século dezenove. Mas quando nós retomamos as relações h[a trinta e cinco anos atrás, o comércio era muito pequeno e o diálogo político muito modesto, sendo que demorou muito para que ocorressem visitas de altas personalidades do Brasil à China e da China ao Brasil. Atualmente, se nós olharmos no plano político, as visitas e os encontros são muito freqüentes. Os presidentes Lula e Hu Jintao se reuniram três vezes o ano passado. O vice-presidente Xi Jinping também esteve no Brasil esse ano, assim como o Chanceler da China, e agora o presidente Lula está vindo à China. O diálogo político se tornou muito fluido e com uma coincidência muito grande de pontos de vista sobre um grande número de temas da agenda internacional. No plano econômico, as relações comercias, quando iniciadas há trinta e cinco anos atrás, eram praticamente inexistentes. No ano passado, o comércio entre o Brasil e a China chegou a 40 bilhões de dólares e esse ano, a China se tornou o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e acredito que seja possível que se torne o primeiro. As relações econômicas cresceram de forma extraordinária durante esse período. No plano da cooperação, nós temos iniciativas muito importantes. Poucas pessoas têm conhecimento disso, mas China e Brasil constróem um satélite de observação da terra, que é muito importante para as áreas de meio-ambiente dos dois países. A Universidade de Tsinghua participa de um programa, juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, através do seu Instituto de Engenharia Avançada, na área de mudança climática e fontes renováveis de energia. São muitas as conquistas ao longo de trinta e cinco anos. Mas ainda temos muito por fazer. Apesar do progresso, o futuro ainda nos reserva muitas coisas novas nas relações entre o Brasil e a China.