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CBERS: destaque das cooperações sino-brasileiras na área de ciência e tecnologia
  2014-07-09 15:35:01  cri

Caro ouvinte, é com muito prazer que nos encontramos mais uma vez no Panorama Econômico. Hoje traremos mais uma reportagem especial em comemoração aos 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil. Nas últimas quatro décadas, além de realizarem cooperações econômicas e comerciais, também conseguiram notáveis resultados na área da ciência e da tecnologia, a começar pelos satélites sino-brasileiros de recursos terrestres, que são destaque na área.

O dia 14 de outubro, é um dia histórico para os cientistas aeronáuticos da China e do Brasil, pois, neste dia, o primeiro satélite de recursos terrestres (CBERS, na sigla em inglês) desenvolvido e financiado pelos dois países, foi lançado com sucesso e começou a trabalhar normalmente.

O CBERS-01 é resultado de 10 anos de trabalho dos cientistas de ambos países e possibilitou também uma grande nota às relações bilaterais sino-brasileiras.

Nos anos de 80 do século passado, tanto a China como o Brasil, tinham uma necessidade muito grande de desenvolver suas tecnologias espaciais, mas aos dois faltavam tecnologias chave, pois sofriam com as barreiras tecnológicas estabelecidas por países desenvolvidos.

Neste contexto, os governos dos dois países assinaram, em 1988, um acordo de cooperação para pesquisar em conjunto satélites de recursos terrestres. A Academia de Tecnologia Espacial da China (CAST, na sigla em inglês) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE) são as duas instituições responsáveis pelo projeto.

O diretor do INPE, Leonel Perondi, lembrou que, naquela época, o projeto foi não só resultado da necessidade científica, mas também da causa diplomática.

"O programa teve início em 1988 e teve uma grande participação da diplomacia brasileira, ou seja, uma grande influência das relações exteriores do Brasil."

Naquele momento, os dois países ainda não tinham um intercâmbio tão intenso como hoje. Portanto, esse projeto de 300 milhões de dólares, foi uma cooperação corajosa. O objetivo do programa é construir um sistema de observação à distância dos recursos terrestres compartilhado pelos dois países e utilizado nas áreas de administração das cidades, supervisão do meio ambiente, redução de calamidades, agricultura, silvicultura, obras hidráulicas entre outras finalidades.

O sucesso da iniciativa do CBERS-01 abriu o prólogo da cooperação de lançamento de satélites entre a China e o Brasil. No dia 21 de outubro de 2003, o CBERS-02 foi lançado e, no dia 19 de novembro de 2007, o CBERS-02B entrou em órbita. Até hoje, esse projeto sino-brasileiro é considerado um exemplo da Cooperação Sul-Sul. O vice-diretor da Administração das Ciências, Tecnologias e Indústria da Defesa Nacional da China (Sastind, na sigla em inglês), Hu Yafeng, apontou que o sucesso das cooperações na área espacial já se tornou grande impulsionador das relações sino-brasileiras.

"As cooperações dos satélites de recursos terrestres não só apenas grandes trabalhos do setor aeroespacial, mas também impulsionam notavelmente o desenvolvimento das relações entre os dois países em todas as áreas."

O diretor do INPE, Leonel Perondi, afirmou também que, durante os frequentes intercâmbios de mais de 20 anos, os pessoal ligado às tecnologias espaciais dos dois países, desenvolveram uma amizade muito profunda.

"A cooperação internacional aproximou ambos os povos. Ao longo desses 25 anos, houve muitos brasileiros que visitaram a China, regularmente. Há também equipes chinesas com grande número de técnicos e engenheiros, que chegaram aqui conosco. Acho que é muito importante promover esse relacionamento."

Além de beneficiar os povos dos dois países, os satélites de CBERS agora contribuem também com outros países em desenvolvimento, através da disponibilidade de dados, que é gratuita.

Em novembro de 2007, na reunião do Comitê de Satélites de Observação da Terra (CEOS, na sigla em inglês), realizada na África do Sul, o governo chinês declarou que iria compartilhar os dados dos CBERS com a África, o que foi bem acolhido pelos países africanos.

O ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil, Marco Antonio Raupp, acha que o avanço das relações sino-brasileiras trouxe uma grande plataforma para as cooperações no setor aeroespacial.

"Do ponto de vista das relações dos dois países, que se fortaleceram grandemente, isso abre grande oportunidade também para que a gente adote uma ação muito mais efetiva do que temos adotado. Eu acho que temos de ser ambiciosos e saber que nós conquistamos um grande desenvolvimento conjunto, embora ainda possamos fazer muito mais. Nós temos de reconhecer que a gente tem de aprofundar as relações na área espacial."

Como todas as atividades de pesquisa e exploração espacial tem o glamour da aventura, as cooperações espaciais sino-brasileiras também não só contam com alegrias por sucessos, mas também amargor por alguns fracassos.

No dia 9 de dezembro de 2013, o quarto satélite de recursos terrestres co-desenvolvido pelos dois países foi lançado em Taiyuan, oeste da China, mas o CBERS-03 não entrou na órbita, caindo no mar.

Mas isso não mudou em nada a determinação em cooperar, entre o pessoal da área espacial dos dois países, pois os sucessos antes alcançados, alimentaram bastante a confiança, em ambos os lados.

Em novembro de 2013, durante a terceira reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), o então diretor da Administração Nacional do Espaço da China (CNSA, na sigla em inglês), Ma Xingrui, e o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, assinaram o Plano de Cooperação Espacial entre CNSA e AEB 2013-2022, também conhecido também como plano decenal.

O vice-diretor da Sastind , Hu Yafeng, acha que esse plano oferece uma cópia heliográfica para as cooperações espaciais entre os dois países no futuro.

"Sobre as futuras cooperações na área aeroespacial, tanto os departamentos concernentes, como os dois governos, já fizeram pesquisas de discussões profundas."

Segundo o atual plano, o acordo de lançamento do CBERS-04 já foi assinado e o satélite vai para o espaço em 2015. Além disso, as duas partes ainda estão planejando ampliar as áreas de cooperações. O ministro Raupp revelou:

"Uma outra iniciativa do programa espacial que nós também estamos tomando no Brasil inteiro, é entrar no caminho de desenvolver, projetar e construir satélites de comunicação. Isso significa uma ampliação bastante importante do nosso programa. Eu acho que nós temos que ter um papel para a Agência Espacial de aproximar os chineses também do nosso programa de satélites de telecomunicações."

E nós acreditamos também que os cientistas aeroespaciais dos dois países vão conseguir mais sucessos nas futuras cooperações e contribuir mais ao desenvolvimento das relações bilaterais sino-brasileiras.

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