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China, o novo país do futebol
  2015-12-28 09:08:52  cri

Paulinho, Robinho, Ricardo Goulart, Diego Tardelli...essa sequência de nomes poderia até sugeriruma escalação da seleção brasileira. De fato, esses jogadores estiveram em recentes listas de convocações. Mas eles fazem parte de um fluxo migratório cada vez mais intenso rumo ao futebol chinês.

Atualmente, são 27 atletas brasileiros em ação na Super Liga Chinesa, a principal competição do país, um contingente maior do que na Premier League inglesa (12) ou na Bundesliga, da Alemanha (18).

Em termos de negociação, esse número podeser ainda maior, se forem considerados futebolistas

de outras nacionalidades saídos do mercado brasileiro, casos dos argentinos Darío Conca (ex-Fluminense), Walter Montillo (ex-Santos),Hernán Barcos (ex-Grêmio) e do boliviano Marcelo Moreno (ex-Grêmio). Há ainda o meia Sammir, brasileiro naturalizado croata, que este ano foi do Getafe, da Espanha, para o Jiangsu Sainty. A beira do campo também abriga brasileiros: o técnico Luiz Felipe Scolari chegou este ano para o Guangzhou Evergrande, enquanto Cuca está no comando do Shandong Luneng desde 2014. E emsetembro passado foi a vez de Vanderlei Luxemburgo assinar com o Tianjin Songjiang, da segunda divisão chinesa, que passará a treinar a partir de 2016.

A cada temporada, a China aparece nas manchetes esportivas levando jogadores de peso. Este ano, por exemplo, o volante Paulinho e o atacante Robinho chegaram ao Guangzhou Evergrande, time que havia contratado o meia Ricardo Goulart, vencedor da Bola de Ouro da revista Placar, como melhor jogador do Campeonato Brasileiro de 2014. Começando a frequentar as listas do técnico Dunga, bicampeão pelo Cruzeiro, Goulart decidiu ir para o futebol chinês. "A proposta foi muito boa. Conversei com meus familiares e achamos que era a melhor decisão a ser tomada. Vejo que foi acertada e estou muito feliz aqui na China", conta.

O mercado chinês para os profissionais da bola vive um círculo virtuoso. Os clubes investem em nomes de peso, que, por sua vez, aumentam o poder de atração do futebol do país. Isso pesou, por exemplo, na decisão do atacante Hyuri, que despontou no Botafogo em 2013. "A proposta financeira foi irrecusável. Apesar de não conhecer muito o futebol chinês, eu sabia que estava em crescimento, levando jogadores de qualidade, como o Drogba", diz, em referência ao atacante camaronês que brilhou na Europa e jogou na China em 2012. Foi essa combinação que fez Hyuri se transferir aos 22 anos para o Guizhou Renhe, da cidade de Guiyang. "Era um desafio para a minha carreira e não me arrependo nem um pouco", afirma.

Nomes de ponta – Motivação semelhante levou o meia-atacante Elkeson ao outro lado do mundo. Em boa fase no Botafogo, o jogador já havia sido chamado uma vez para a seleção à época comandada por Mano Menezes. Ele decidiu ir para o Guangzhou Evergrande, no final de 2012, pela possibilidade de trabalhar com um técnico que admirava, vencedor da Copa do Mundo de 2006 pela Itália. "O que pesou mais foi a oportunidade de trabalhar com o Marcelo Lippi. Fiquei contente em saber que ele conhecia o meu futebol. Ele me convenceu a vir", diz. Na época, Lippi poderia se tornar o primeiro treinador a conquistar os títulos da Liga dos Campeões da Europa e da Ásia, o que de fato aconteceu. E com a ajuda de Elkeson, que também foi duas vezes artilheiro do Campeonato Chinês e eleito o melhor jogador da competição em 2014.

Os clubes de Hyuri e de Elkeson guardam algumas distâncias. Enquanto o Guangzhou tem um patrocinador nacional e briga pelo tricampeonato, o Guizhou de Hyuri conta com o apoio de uma empresa local e este ano luta para escapar do rebaixamento. Mas há pontos em comum, apontados por ambos: as boas estruturas que têm para trabalhar e os salários em dia.

Dentro de campo, o aumento da competitividade se evidencia a cada temporada. "No primeiro ano aqui, fomos campeões com 18 pontos de vantagem. Ano passado, a diferença foi de três pontos. Este ano, são cinco times brigando pelo título", relata Elkeson.

Goulart acrescenta que a presença de jogadores de diversos países contribui para o desenvolvimento doesporte: "O futebol chinês está crescendo muito. A chegada de estrangeiros ajuda muito nessa evolução e os brasileiros fazem parte disso. Os chineses são muito disciplinados, têm uma seleção que cresce a cada ano e consequentemente as competições também vão chamar mais atenção".

A popularização é outro fator notado por Elkeson para que novos talentos apareçam. "Xi Jinping, o presidente do país é um fã do futebol. Antigamente, nas escolas se praticava muito basquete e tênis de mesa, agora o futebol começa a ser praticado pelas crianças", diz. Some-se a isso, um povo afeito à atividade física, como comenta Hyuri. "Aqui em Guiyang há diversos locais para a prática de esporte, quadras de basquete, redes de badminton. Das crianças até os idosos, há um incentivo para as pessoas não serem sedentárias."

A China só participou de uma Copa do Mundo, a de 2002. Não passou da primeira fase, quando inclusive perdeu para o Brasil por 4 x 0. Mas voltar a um Mundial parece um objetivo factível. "Eles aprendem muito rápido. Uma evolução não é uma coisa que acontece de uma hora para outra, mas eles estão no caminho certo", avalia Hyuri.

No sentido inverso das relações futebolísticas entre Brasil e China, o meia Chen Zhizhao teve uma passagem pelo Corinthians de 2012 a 2013. Ele jogou pouco, mas virou uma espécie de jogador cult para a torcida. Ano passado, retornou à China para jogar no Beijing Guoan, que briga por uma das três vagas para a Liga dos Campeões da Ásia nesta temporada.

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