A recente descoberta de um ex-campeão chinês de ginástica olímpica que pedia esmolas na rua levantou a questão sobre a vida dos atletas que têm a carreira encerrada prematuramente. A importância da criação e do desenvolvimento de fundos para atletas aposentados na China se tornaram temas de discussão, pois países ocidentais já fazem isso há anos.

Zhang Shangwu era um promissor ginasta, especialista em argolas, que ficou famoso após ganhar duas medalhas de ouro na Universíade de Verão de 2001, realizada em Beijing. Recentemente, o ex-campeão voltou a ganhar a atenção pública, não por glória, mas pela infeliz descoberta de que estava pedindo esmolas nas ruas da capital do país.

Nascido em uma família rural, Zhang começou a frequentar uma escola de ginástica aos cinco anos de idade. Após treinar por anos, ele começou a representar a China em competições internacionais e venceu várias medalhas. Porém, uma séria lesão no tendão o impediu de participar das Olimpíadas de Atenas de 2004 e, depois, o levou a anunciar a retirada do esporte, quando recebeu um bônus de 63 mil yuns. Ele ainda solicitou uma bolsa de educação superior para estudar em um colégio de esporte, mas não foi aceito.

Logo depois, o avô de Zhang Shangwu sofreu uma hemorragia cerebral. Com o tratamento médico do avô, ele gastou todo o dinheiro que tinha e até vendeu suas medalhas de ouro. O tio de Zhang até que tentou ajudá-lo a encontrar um emprego, mas teve grandes dificuldades, pois o jovem tinha pouca educação e poucas habilidades profissionais:

"Ele sentiu que é muito difícil ser socializado, mesmo tendo sido campeão. Também, ele não tinha habilidades profissionais. Por isso, encontrou muitos obstáculos na procura por trabalho."

Em 2007, Zhang foi preso por ter cometido várias infrações, incluindo o roubo de equipamentos esportivos que valiam 30 mil yuans. Após quatro anos na prisão, ele foi libertado em abril de 2011 e começou a viver como mendigo.

<< 1 2 >>