A administração local de turismo está esperando um número recorde de dez milhões de visitantes em 2012. Para Tenzin Namgyal, vice-diretor da Administração do Patrimônio Cultural do Tibete, este número de turistas representa um "perigo real".
A época alta do turismo no Tibete arranca em maio. A aproximação da chegada de ondas de turistas desperta alguma preocupação em Tenzin, para quem a riqueza trazida pelos visitantes é adquirida à custa da boa conservação da herança patrimonial da região.
Segundo Tenzin, existem no Tibete cerca de 4.277 locais considerados patrimônio cultural. A maioria destes lugares são mosteiros, estruturas centenárias construídas com lama e madeira e, por isso, muito vulneráveis e a necessitar de proteção constante.
A inauguração da ferrovia Tsinghai-Tibete em 2006 provocou um agravamento da situação. Um maior número de turistas passou a visitar a região e a deslocar-se aos mosteiros, exercendo uma tremenda pressão nestas construções que estão quase caindo em pedaços.
Tenzin Namgyal afirmou que alguns mosteiros sofrem abatimentos, outros têm paredes deformadas e muitos dos preciosos frescos foram prejudicados por mudanças de temperatura e humildade e exposição excessiva ao flash das câmeras fotográficas.
Com o aumento de turistas que maio traz, é de esperar que esta situação se agrave.