Cerca de 40 familiares das vítimas de um deslizamento de terra ocorrido na Província de Yunnan, sudoeste da China, fizeram protestos depois que os corpos de seus familiares foram cremados sem sua aprovação.
Eles se reuniram na estrada para o centro de socorro após desastres e resgate do deslizamento no distrito de Zhenxiong na noite do domingo, bloqueando dezenas de veículos, disse nesta segunda-feira Zhu Henghui, diretor do escritório do Comitê do Partido Comunista da China em Zhenxiong.
A multidão não se dispersou até 2h da segunda-feira, de acordo com Zhu.
O deslizamento de terras, que aconteceu na aldeia de Gaopo em Zhenxiong na última sexta-feira, deixou 46 mortos e 2 feridos.
As autoridades do governo cremaram todos os corpos no domingo, despertando a ira dos familiares das vítimas. De acordo com a tradição da aldeia, cuja maioria dos moradores é da etnia Yi, os corpos dos mortos são normalmente enterrados em vez de ser cremados.
Até disso, os familiares, cuja maioria trabalhava nas cidades e conseguiu sobreviver ao desastre, disseram que nem tiveram chance de dizer adeus a seus parentes devido à cremação sem aprovação.
Lei Chunying, vice-chefe do distrito de Zhenxiong, disse que a ordem de cremação foi dada como medida de prevenção de epidemia e para conter a emoção dos familiares.
"Muitas partes e órgãos estavam desaparecidos quando os corpos foram descobertos, e a cena poderia deixar os familiares devastados", disse Lei.
Acredita-se que o deslizamento de terra foi provocado por fortes chuvas e pelo terremoto que atingiu um distrito vizinho no ano passado.
Mais de 500 moradores da aldeia foram levados para barracas provisórias próximas com medo de que possíveis desastres secundários provocados pelo deslizamento possam pôr em risco suas casas. Outros moradores foram para a casa de parentes ou amigos em outras aldeias. Fim
Xinhua