Muitas pessoas foram neste domingo (24) à catedral de Oslo para uma missa em homenagem às vítimas dos atentados ocorridos na sexta-feira. Estiveram presentes o rei da Noruega, Harald V, a rainha, Sonja Haraldsen, o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, funcionários de alto escalão do governo e diplomatas de diversos países.
Na sexta-feira, dia 22, a Noruega sofreu os mais graves atentados do país desde a Segunda Guerra Mundial. Um norueguês de extrema-direita detonou um potente carro-bomba no edifício do Ministério do Petróleo e Energia, no centro de Oslo, capital do país. Cerca de duas horas depois, o mesmo suspeito, disfarçado de policial, entrou no acampamento de Utoeya e atirou contra os jovens que estavam no local durante uma hora e meia. Os dois atentados deixaram pelo menos 93 mortos. Com a evolução da investigação, se tornaram claras as motivações do autor dos ataques, identificado como Andes Behring Breivik. Segundo a polícia norueguesa, Breivik já admitiu a autoria dos atentados. Ele alegou que queria modificar a sociedade através de uma "revolução". No mesmo dia do atentado, Breivik divulgou em seu site o documento "2083, Manifesto da Independência da Europa", com 1500 páginas. Na publicação, ele manifesta ódio contra os europeus que defendem a tolerância e a inclusão dos imigrantes, considerando-os "traidores da Europa". Também disse que vai eliminá-los um por um. Segundo Breivik, 2083 é o ano em que a revolução vai obter sucesso.
Ele ainda divulgou no site um video com o mesmo nome. Nas legendas, ele escreveu que a diversidade cultural deve ser destruída e pediu que a divulgação do islamismo fosse barrada na Europa.
No início do desastroso episódio, os europeus pensaram que os atentados haviam sido cometidos pela Al-Qaeda. Porém, agora, a opinião pública começa a refletir: porque um jovem nativo alimenta um ódio tão profundo contra a sociedade europeia? Também estão analisando se o atentado de Oslo significa a derrota da diversifidade cultural da Europa. Nos últimos anos, com o aumento de imigrantes e os impactos da crise econômica, a extrema direita do continente europeu ganhou força rapidamente e está criando um neo-nacionalismo. Ao mesmo tempo, os governos direitistas também atribuem a responsabilidade da recessão econômica e da instabilidade social aos imigrantes e começaram a adotar atitudes mais rígidas contra eles, inclusive muçulmanos. Mais e mais europeus estão passando a considerar que os imigrantes estão invadindo sua cultura e roubando seus empregos.
Outro fato por trás dos atentados de Oslo é mais estarrecedor. Os agentes de segurança da europa reconheceram que, nos últimos dias, muitos internautas europeus alegaram pertencer à facção de extrema-direita de Breivik. Ele não é apenas membro do grupo de extremista da Noruega, mas também faz parte de várias organizações de extrema-direita pan-europeus. A opinião pública está preocupada com o agravamento das contradições ideológica, social e econômica, e que cada dia mais eleitores europeus estejam se voltando para as forças conservadoras e direitistas e tornando extremistas.
(por Sônia Qiu)