O presidente do Egito, Hosni Mubarak, e sua família abandonaram o Cairo e chegaram a Sharm el Sheikh, cidade turística litoral do mar vermelho, na península Sinai. A informação foi dada nesta sexta-feira (11) pela televisão árabe Al Arabiya, com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anunciou em rede nacional de televisão que Mubarak tinha transferido o poder às Forças Armadas.
O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito emitiu nesta sexta-feira à noite o 3º Comunicado, declarando que os militares não iriam substituir o governo legítimo e que garantiriam a transição do poder.
Pelo comunicado, a força militar garantiu que suspenderia o Estado de Emergência depois da estabilização da situação. Também se comprometeram a cumprir as determinações das insituições judiciais sobre resultado da eleição parlamentar. Além disso, vão assegurar a realização de reformas constitucionais e de eleições presidenciais de maneira livre e justa. O porta-voz das forças armadas informou que, em breve, anunciaria medidas para a transição do poder e para concretizar as reformas desejadas pelos egípcios.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, afirmou que a China acompanha atentamente o desenrolar da situação egípcia. Ele disse que os chineses esperam que esse fato favoreça a recuperação o quanto antes da estabilidade nacional e da normalidade da ordem.
Na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, Ban Ki-moon chamou a renúncia de Mubarak de momento histórico. Ele pediu uma transição transparente, organizada e pacífica, com uma eleição livre, justa e confiável para recuperar o poder de cidadania o mais breve possível.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, o presidente da União Europeia (UE), José Manuel Barroso, e a alta representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, divulgaram uma declaração conjunta aplaudindo a renúncia de Mubarak. Para eles, o reforço dos diálogos pode acelerar a formação de um governo com base ampla.
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que as autoridades militares egípcias devem garantir "uma transição confiável". Obama prometeu que os EUA e Egito vão continuar sendo "amigos e parceiros" e que vão proporcionar toda a ajuda necessária.
O presidente da França, Nicholas Sarkozy, cumprimentou a decisão do presidente egípcio pedindo a realização de eleições democráticas e o estabelecimento da política democrática.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, exigiu que o novo governo do Egito se empenhe na construção de uma sociedade verdadeiramente aberta, livre e democrática.
O Conselho Federal do governo da Suiça pediu ontem (11) que os bancos suiços congelem os bens de Mubarak e de seus familiares por, pelo menos, três anos. Segundo uma declaração publicada pelo governo da Suiça, os bens congelados incluem dinheiro, investimentos, imóveis e propriedade comercial.