Entre 18 e 21 de janeiro, o presidente chinês, Hu Jintao, fará a primeira visita oficial aos Estados Unidos desde que Barack Obama assumiu a presidência norte-americana.
Recentemente, vários políticos deram declarações acerca das divergências e atritos entre as duas nações no ano de 2010, afirmando que as relações bilaterais se encontram num momento crucial. A palavra "reiniciar", muito usada pela imprensa norte-americana quando Barack Obama buscou melhorar as relações com a Rússia, agora aparece frequentemente nos noticiários ao citarem a China.
Michel Mullen, chefe do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos, falou no dia 12 que a visita do secretário de Defesa, Robert Gates, à China estreitou as relações militares entre os dois países. Para ele, as parcerias entre ambos os exércitos é relativamente atrasada se comparada às cooperações econômica e política.
"Obviamente, a China tem influência sobre todo o mundo, atribuída principalmente ao tamanho de sua economia. Mas o assunto segurança está estreitamente ligado à prosperidade e à manutenção da segurança, tão importante quanto os laços econômicos. Acho que essa é a nossa direção no futuro. Temos bastante expectativa sobre a visita de Hu Jintao e acredito que ela será ativa. Isso não significa que não há divergências entre nós, mas temos de encarar os tópicos difíceis. Não é a primeira vez que os dois países se veem diante de problemas, mas o importante é ter um quadro para discuti-los. A recuperação da relação bilateral militar é super importante porque temos poucas informações um do outro. Não acho que vamos chegar a consensos em todas as disputas, mas um ambiente para resolver essas questões é necessário."
James Steinberg, vice-secretário de Estado dos EUA, declarou dias atrás, num fórum realizado pelo Centro para o Progresso Americano, que o contato entre os líderes dos dois países, incluindo ligações telefônicas e a reunião do G20 em Londres, abriu um caminho para enfrentar os desafios comuns. A visita oficial de Hu será o 8º encontro dele com Barack Obama, sendo esta uma boa oportunidade para ambos os países deliberaram sobre todas as questões-chave. Ele disse:
"Claro que temos amplos tópicos para discutir, incluindo segurança regional e internacional, crise global de crescimento econômico, energia limpa e mudanças climáticas. Através de discussões e contatos sobre esses temas e os inúmeros assuntos relacionados a eles, o mecanismo de confiança mútua será promovido. Podemos aprofundar o entendimento recíproco durante o diálogo, e esse é o fundamento para o estabelecimento da confiança estratégica de longo prazo."
O presidente da Comissão de Diplomatas do Senado norte-americano, John Kerry, afirmou:
"Seja impressionante ou decepcionante o progresso da China, quero enfatizar o fato de que precisamos da China e eles também precisam de nós. Devemos tratar bem a relação com a China. Os problemas mais severos enfrentados pelos EUA, como não-proliferação nuclear, terrorismo e mudanças climáticas, não podem ser solucionados apenas por nós e por nossas alianças, nem pela metade dos países do mundo. A economia é o fator decisivo entre todas as questões. O fato é que nosso futuro está estreitamente ligado um ao outro e esta situação vai continuar. É verdade que temos divergências, às vezes até graves, mas acredito firmemente que podemos colaborar mutuamente. Não devemos só olhar para o agora, mas também para o futuro. O aperto de mãos entre Henry Kissinger e Zhou Enlai há 40 anos mudou o mundo. O que nós estamos fazendo e vamos fazer dentro de alguns meses também influenciará o mundo significativamente."
(por Dong Jue)