
Segundo o acordo de paz fechado entre as regiões norte e sul em janeiro de 2005, o país vai concretizar o referendo no dia 9 de janeiro de 2011 após o término da transição de seis anos do governo da união sudanesa. Conforme a Comissão do Referendo do sul do Sudão, organizadora da eleição, cerca de 3,2 milhões de eleitores espalhados pelo país e no estrangeiro vão decidir o futuro do Sudão. O secretário-geral da Comissão do Referendo, Mohamed Osman El-Nujumi, afirmou:
"Enfrentamos muitos desafios, como a falta de tempo. Estamos nos esforçando o máximo possível para superar as dificuldades."
Além dos dez estados do sul, o referendo vai também decidir o futuro da zona petrolífera Abyei, no centro do país. Segundo o representante chinês encarregado das questões do Sudão, Liu Guijin, os preparativos estão atrasados, considerando que a comissão do referendo na zona petrolífera Abyei ainda não foi estabelecida.
"Acho que os preparativos estão atrasados, sobretudo devido à divergências em temas-chave. A questão das fronteiras e o status dos cidadãos das duas partes ainda não foram resolvidos, mesmo após várias rodadas de negociações e do enorme esforço internacional. No entanto, o referendo será realizado conforme programado, salvo a ocorrência de incidentes extremamente particulares."
Em relação ao referendo, o governo sudanês afirmou que vai observar o acordo de paz e respeitar o resultado da eleição. O presidente sudanês, Omar el-Bashir, manifestou repetidas vezes que iria garantir a paz e a estabilidade do país independentemente do resultado. O referendo chama também a atenção da comunidade internacional. Organizações internacionais como União Europeia, Liga Árabe e União Africana, além de países como a China, enviaram observadores para supervisionar o evento. O secretário-geral da Comissão do Referendo disse:
"Acredito na nossa capacidade de realizar um referendo transparente e confiável. Na ocasião, haverá 11.000 observadores nacionais e 1.500 estrangeiros. Eles terão liberdade para supervisionar todo o processo do referendo."
Ao falar sobre a possível influência do referendo no Sudão, o representante chinês Liu Guijin acha que a eventual independência da região sul do Sudão poderá exercer impactos negativos ao país, sobretudo à solução da questão de Darfur.
"Em Darfur, surgiu a ideia de solucionar a questão imitando a região sul. No entanto, a questão em Darfur é diferente. Ela é uma questão de autonomia que dificilmente obterá o apoio da comunidade internacional."
Segundo Liu Guijin, a China mantém um bom relacionamento com o Sudão. As cooperações entre as duas nações abrangem energia, transporte, agricultura e telecomunicações.
"Na questão da independência do sul, defendemos a observação do acordo de paz assinado em 2005. Nós respeitamos a escolha do povo sudanês e esperamos que o referendo possa ser realizado de forma pacífica e confiável, sem que cause quaisquer confrontos na região."
(Por Li Mei)