"Podemos ter certeza de que o índice de mortalidade aumentará sem parar durante décadas. O número de mortes relacionadas ao tabagismo apresenta tendência de crescimento", afirmou em entrevista exclusiva à Xinhua o diretor da iniciativa da OMS "Para Um Mundo Sem Tabaco", Douglas Bettcher. Segundo ele, a China provavelmente não conseguirá cumprir a meta de proibição de fumo em locais públicos dentro do prazo de cinco anos.
A China ratificou a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco em 2003, prometendo adotar medidas efetivas para refrear o uso do cigarro, incluindo leis de proibição do fumo, advertências explícitas sobre os efeitos prejudiciais do tabaco nos pacotes de cigarro e a proibição completa de qualquer tipo de anúncio, promoção e apoio financeiro da indústria tabagista.
O acordo entrou em vigor na China em 9 de janeiro de 2006.
"As leis de proibição do fumo devem ser aplicadas em todos os locais de trabalho em recinto fechado, como bares, restaurantes e hoteis", indicou Bettcher, que descreveu o índice de exposição ao fumo na China como "altíssimo".
Um relatório publicado hoje por um grupo de especialistas chineses e estrangeiros lamentou o progresso lento no controle do tabaco e criticou a interferência da indústria tabagista para retardar os esforços que visam cumprir as metas do governo.
Em nova estimativa divulgada no relatório "O Controle do Tabaco e o Futuro da China", o número de mortes relacionadas ao fumo no país vai aumentar para 3,5 milhões de pessoas por ano depois de 2030.
Atualmente, cerca de 1,2 milhão de chineses morrem a cada ano por doenças ligadas ao fumo.
(por Agência Xinhua)