Vigora desde ontem (26) na China a decisão do Banco Popular da China, banco central do país, de elevar as taxas de juros para depósitos e empréstimos em 0,25%. A ideia de aumentar a taxa pela segunda vez no ano se deu após o anúncio do governo central de retomar as políticas monetárias mais conservadoras em 2011. Especialistas chineses consideram que a elevação da taxa de juros vai ajudar a reprimir as expectativas de inflação para o ano que vem.
Para o especialista do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho de Estado da China, Ba Shusong, a elevação de agora vai exercer influências positivas na administração das expectativas inflacionárias no próximo ano.
"Na reunião do Comitê Central do Partido Comunista da China sobre o trabalho econômico, os participantes decidiram que as políticas monetárias do país voltarão de moderadamente flexíveis para moderadas no próximo ano. A medida do banco central acelera o retorno dessas políticas, para conter as expectativas."
Um dia antes de a medida entrar em vigor, o banco central chinês divulgou um comunicado explicando a necessidade da adoção de políticas monetárias moderadas. O documento lembra que 2011 é o primeiro ano da aplicação do 12º Plano Quinquenal do país, e que todos setores estão entusiasmados com a possibilidade de desenvolvimento. Por causa disso, as pressões por empréstimos serão muito maiores. Nesta circunstância, a segunda alta do ano na taxa reflete a atitude do governo de conter a inflação.
A economista-chefe da companhia de títulos Galaxy, Zuo Xiaolei, apontou:
"O objetivo das políticas monetárias é reprimir a inflação. E agora, estamos enfrentando uma grande pressão inflacionária. Essa elevação da taxa de juros visa justamente conter a inflação. No entanto, as políticas monetárias não podem resolver o problema de forma imediata. Elas precisam de tempo e de medidas complementares para surtir os efeitos pretendidos."
O vice-presidente do Banco Popular da China, Hu Xiaolian, revelou recentemente que, na próxima fase, o banco continuará utilizando meios como taxa de juros e reservas obrigatórias para ajustar o mercado. O membro da Comissão de Políticas Monetárias do banco, Li Daokui, prevê que a taxa de juros pode ser novamente elevada já no próximo ano.
"Apesar da elevação de 0,25%, a taxa de juros ainda permanece num nível inferior a 3%. Mas, para a população, a inflação no próximo ano deve se passar dos 3%. Com essa diferença, a taxa de juros ainda tem espaço para subir."
Como há liquidez suficiente na China, as expectativas de inflação são fortes e a pressão inflacionária aumenta constantemente. Por causa disso, o país deve controlar a tendência de aumento rápido dos preços dos produtos através da adoção de políticas monetárias moderadas. A atual elevação de taxa de juros mostra a determinação do banco central chinês de estabilizar os preços e reprimir a inflação.
(por Shi Liang)