A China afirmou hoje (23) que vai cooperar com a comunidade internacional para enfrentar as mudanças climáticas. A afirmação foi feita por Xie Zhenghua, vice-diretor da Comissão de Desenvolvimento e Reforma da China. Ele também disse que o país tem contribuído muito para reduzir a emissão de gás carbono.
O governo chinês publicou hoje o Relatório Anual 2010 sobre Políticas e Ações da China para Mudanças Climáticas.
De acordo com a meta do governo chinês, até o fim de 2010, o consumo energético por unidade do PIB deve registrar uma diminuição de 20% em comparação com o de 2005. A emissão do carbono por unidade do PIB em 2020 será reduzido em até 45% em relação ao de 2005. Xie afirmou que, para realizar essas metas, a China destinou e continua destinando esforços, o que reflete a atitude do país na questão.
"Durante o período do décimo plano quinquenal (de 2001 a 2005), o crescimento anual do consumo energético superou dez pontos percentuais para suportar o crescimento econômico anual de 9,8%. Nos primeiros quatro anos do 11º plano quinquenal (2006-2009), a China registrou um aumento anual do consumo energético de 6,8% para apoiar o desenvolvimento econômico com dois dígitos. Com a política de controlar a emissão do carbono, a China contribuiu muito para o combate mundial às mudanças climáticas."
Como é um país em desenvolvimento, o PIB per capita da China é de apenas US$ 3,7 mil, ficando em 100º lugar do ranking mundial. Conforme o critério das Nações Unidas, cerca de 150 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Xie Zhenghua admitiu que o país asiático enfrenta um desafio muito duro para equilibrar a melhoria da vida da população com o controle da emissão do carbono.
Os dados mostram que, entre 2005 e 2010, a China diminuiu em 1,5 bilhão de toneladas a emissão de dióxido do carbono, quantia não alcançada por nenhum país. Ao mesmo tempo, a China destinou cerca de US$ 296 bilhões para projetos com o objetivo de reduzir a emissão.
Conforme a convenção internacional para mudança climática, os países em desenvolvimento podem adotar ações para controlar a emissão após obter apoio técnico e financeiro oferecido por países ricos. No entanto, a China utilizou seus próprios recursos de tecnologia para atingir a meta.
Na questão da mudança climática, Xie insistiu em respeitar os princípios de "comum mas diferenciado". Ele criticou alguns países por atrasar e impedir o processo de combate às mudanças climáticas por motivos políticos e econômicos, considerando-os irresponsáveis.
"Os países ricos tiveram uma grande quantidade de emissões no passado. E agora, continuam a ter muita emissão per capita. A partir desse ponto, esperamos que os países ricos desempenhem um papel de liderança. Para a China, devemos adotar medidas ativas para controlar o consumo energético ao garantir um desenvolvimento sustentável. Todos os países devem reforçar as cooperações para promover esse processo."
Xie revelou ainda que a delegação chinesa vai participar da Conferência de Cancún sobre mudança climática e que espera um resultado positivo do evento.