
Caminhando pelas ruas de Luanda, capital de Angola, é possível visualizar anúncios de empresas chinesas e cruzar com trabalhadores chineses. Tudo isso representa a relação estreita entre esse país no sul da África com o país asiático. De fato, a Angola tem sido a maior parceira comercial da China no continente africano durante quatro anos consecutivos. Na madrugada deste sábado (20), o vice-presidente chinês terminou sua visita neste país após visitar uma empreitada da empresa chinesa Zhongxin em Kilamba Kiaxi, a 40 quilômetros de Luanda. Trata-se do maior programa de habitação em Angola. Ele ocupa nove quilômetros quadrados e contará com 700 prédios residenciais, inclusive um jardim da infância e escolas com capacidade para 200 mil pessoas. Segundo a presidente da Zhongxin, Hong Bo, mais de 50% das obras foram concluídas, o que conquistou a confiança e o respeito do governo e povo angolanos:
"O presidente Santos visitou as obras de construção duas vezes este ano. Cinco presidentes africanos que estiveram lá elogiaram muito as obras."
Após a inspeção, Xi encontrou-se com representantes de 20 empresas chinesas no país. Na ocasião, ele ouviu as sugestões dos empresários quanto a cooperação sino-angolana e sino-africana. A maioria das empresas chinesas entrou no país apenas em 2002, no fim da guerra interna em Angola. Nos últimos anos, o modelo de cooperação entre China e Angola tem sido divulgado em outros países africanos. No encontro que durou uma hora e meia, Xi Jinping ouviu os discursos dos representantes. Após ouvir as notas feitas pelos sete representantes, Xi Jinping disse que a cooperação sino-africana possui um grande espaço.
"A África é um continente onde mais se concentram países em desenvolvimento. Com o crescimento destes países, as cooperações sino-africanas contam com um espaço ainda maior. O reforço da cooperação sino-africana neste momento é uma tendência e um desejo do povo. A base das relações sino-africanas está mais consolidada do que em qualquer período na história."
Xi ainda disse que a cooperação comercial entre empresas chinesas e a África ainda se encontra em uma etapa inicial e que ainda existem algumas questões em áreas como qualidade de mercadorias, administração de trabalhadores e garantia dos direitos dos trabalhadores locais. Por esta razão, ele levantou algumas exigências às empresas chinesas na África.
"Devemos cuidar bem da amizade sino-africana assim como cuidamos dos nossos próprios olhos. Nós persistimos na reciprocidade, no benefício mútuo e no desenvolvimento comum, a fim de cuidar do nosso próprio interesse e do pedido de outros. Os países africanos contam com uma grande demanda de investimentos, indústrias e tecnologias, por isso, as empresas podem se esforçar nestes setores para atender as necessidades."
Xi Jinping incentivou as empresas chinesas a continuarem a pesquisar e inovar, além de regulamentar as atividades de negócio para estabelecer uma boa imagem das empresas chinesas na África, baseada em boa técnica, produto e serviço. Ele pediu ainda que as empresas chinesas persistam no princípio de igualdade, reciprocidade e benefício comum, além de criar uma nova situação de cooperação comercial sino-africana, com o objetivo de se dedicar no desenvolvimento das relações sino-africanas.