Foi aberta hoje (21) a 4ª Cúpula Empresarial China-América Latina em Chengdu, capital da província de Sichuan, oeste da China. O evento que tem como tema "cooperação transnacional e crescimento sustentável", visa apresentar experiências avançadas e buscar oportunidades de cooperação. Durante os dois dias de cúpula, mais de mil políticos, comerciantes, empresários e especialistas chineses e latino-americanos vão discutir uma série de temas de interesse comum como desenvolvimento sustentável, negócio e investimento, energias e reserva mineral, avaliação de riscos, solução de disputas e financiamento comercial. Ouça a reportagem feita pela nossa repórter Inês.
A cúpula é co-organizada pelo Conselho da Promoção do Comércio Internacional da China (CCPIT), Banco Popular da China, Governo da província de Sichuan e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No discurso de abertura da reunião, o presidente da CCPIT, Wan Jifei, disse que com retomada de negócios internacionais e dos investimentos transnacionais, as colaborações comerciais entre China e América Latina entrarão rapidamente em uma nova rodada de desenvolvimento.
"O valor total de negócios entre China e América Latina superou pela primeira vez a casa dos dez bilhões de dólares no ano 2000. Já em 2009, a cifra chegou a US$ 121,5 bilhões. De acordo com estatísticas da ONU, a China é no momento o quarto maior exportador para a região latino-americana. Essa relação comercial cada mais estreita entre as duas partes já se torna um grande estímulo para promover o crescimento econômico e a melhoria da vida população."
Como disse Jifei, apesar de sofrer influência da crise financeira global, os negócios entre China e América Latina alcançaram mais de US$ 120 bilhões no ano passado. Ele acredita que reforçar colaborações nas áreas de negócio e investimento entre as duas partes favorece ao aprimoramento da estrutura financeira de ambas, além de reduzir uma dependência demasiada aos países desenvolvidos.
Segundo o vice-presidente do Banco Popular da China, Ma Delun, a adesão do país ao BID no ano passado, trouxe benefícios recíprocos e também criou uma nova plataforma para impulsionar atividades financeiras, comerciais e de investimento entre a parte chinesa e os países latino-americanos e do Caribe. Ele destacou:
"Desde entrada da China no BID, o Banco Popular chinês criou uma série de mecanismo cooperativos, e tem orientado os órgãos financeiros e empresas do país a colaborar com a entidade nas áreas de negócio e investimento."
Como o maior órgão financeiro multilateral da América Latina, o BID expressou grande entusiasmo em promover a organização da cúpula. No evento, especialistas da entidade vão discutir negócios com colegas do Banco Popular da China e de outros órgãos financeiros estrangeiros, para fornecer apoio financeiro à cooperação comercial entre China e América Latina. O presidente do BID, Luís Alberto Moreno, declarou que espera que Ásia, América Latina e região do Caribe possam desenvolver novas relações de negócio e de parceira de investimentos. Ele afirmou:
"A situação de cooperação econômica mundial está como em um cruzamento. A posição de colaboração sul-sul é cada vez mais importante. Neste contexto, a América Latina deve continuar fortalecendo intercâmbios e cooperações com os países asiáticos."
Conforme as estatísticas divulgadas pelo Conselho da Promoção do Comércio Internacional da China, é cada vez mais importante a cooperação em investimento para América Latina. Atualmente, o valor dos investimentos chineses na região latino-americana e do Caribe alcançou US$ 30,6 bilhões, ocupando 12,5% do total dos investimentos chineses no exterior. A América Latina já se tornou o segundo maior destino de investimento ao exterior da China.
Foi aprovado recentemente pelo departamento de energia do Brasil, o projeto de aquisição pela companhia chinesa State Grid de sete operadoras brasileiras de transmissão de eletricidade. O vice-diretor do departamento para cooperação internacional da empresa, Chen Guoping, afirmou na cúpula que além dos projetos recentes, a entidade quer aproveitar as vantagens teconológicas e de fundos, para realizar mais cooperações com os países latino-americanos no setor.
"Graças ao regime político estável, desenvolvimento econômico rápido, mercado competitivo, ambiente de investimento saudável, abertura do abastecimento elétrico ao exterior e uma supervisão transparente, nossa companhia tem forte confiança em cooperar com os colegas na América Latina."
por Rosana