O Brasil, considerado desde sempre "um país de grande potencial", está finalmente superando todas as previsões e se transformando em uma potência de verdade, graças ao gradual crescimento de seu poder nacional. Diante do impacto da crise financeira internacional, o Brasil registrou um crescimento econômico de 0,3% em 2009, revelou um relatório publicado pela Comissão Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe (CEPAL). O documento previu que o Brasil vai ser a locomotiva para a recuperação econômica da América Latina em 2010, com um ritmo de aumento de 5,5%, o maior da região.
Desde 2003, o Brasil vem mantendo um alto crescimento e acumulou uma abundante divisa externa, uma arma contra a crise. Em 2007, a descoberta de vários poços de petróleo pré-sal aumentou ainda mais a confiança do Brasil em si próprio. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que dentro de 10 até 15 anos o Brasil se tornará o terceiro, quarto ou quinto bloco econômico.
Sendo o maior país da América do Sul e membro do BRICs, o Brasil aplicou este ano uma estratégia diplomática para reforçar sua influência no cenário internacional, assim como seu poder de voz nas decisões políticas e econômicas mundiais. O Brasil ainda se dedicou a promover a reforma do sistema financeiro internacional a fim de elevar a participação e poder de votação dos países emergentes nas instituições financeiras internacionais. Em outubro passado, o país sul-americano comprou dívidas do FMI no valor de U$ 10 bilhões, sendo o credor do órgão pela primeira vez. A conquista do direito de sediar as Olimpíadas de 2016 também contribuiu para melhorar sua imagem de potência no cenário mundial.
O Brasil se destina a fazer cooperações com outras potências em todas as áreas. As relações entre o Brasil e os Estados Unidos é um dos casos mais delicados. Em março de 2009, o presidente Lula visitou os EUA, sendo o primeiro chefe de Estado latino-americano recebido por Obama após sua posse. No entanto, em outras questões, como o golpe político em Honduras e a aliança militar entre Colômbia e EUA, Brasília tomou uma posição de oposição à Washington. O Brasil reforçou ainda as relações diplomáticas com a União Europeia, aprofundando as cooperações no enfrentamento da mudança climática e crise financeira. Em setembro o Brasil assinou com a França um acordo de compra de armas no valor de US$12,3 bilhões, a maior quantia para o país latino-americano.
O Brasil desempenha um papel de liderança nos assuntos regionais, em que se destaca a integração da América Latina nos assuntos financeiros mundiais. Por meio dos esforços do Brasil, o Mercosul aprovou em julho o acordo da substituição do dólar pela própria moeda nos negócios entre os membros da organização. Em setembro, sete países latino-americanos anunciaram a criação do Banco do Sul. Ao mesmo tempo, o Brasil dedicou-se a resolver a disputa com seus vizinhos, como por exemplo, concordou em julho em compensar com US$ 360 milhões, ao invés de US$124 milhões, o Paraguai pela venda excedente de eletricidade gerada pela usina de Itaipu.
Com a elevação do poder nacional, a política diplomática do Brasil deve ficar mais ativa e sua emergência, sem dúvida, atrai maior atenção internacional.