Na coletiva à imprensa realizada hoje em Beijing, o vice-ministro do Comércio da China, Fu Ziying, afirmou que há sinais que indicam o abrandamento da queda do comércio chinês no exterior, mas ele continua enfrentando várias dificuldades na segunda metade do ano, provocadas pela crise financeira e protecionismo comercial de alguns países.
Em novembro passado, o comércio exterior da China encerrou seu rápido crescimento de 7 anos consecutivos, devido à crise financeira. Os dados mostraram uma queda em julho nas importações e exportações da China por 9 meses consecutivos, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e julho, o comércio exterior do país registrou um recuo de 22,7% em relação ao idêntico período do ano passado.
Desde o final de 2008, o governo chinês vem adotando um pacote de medidas eficazes para estabilizar o comércio de seus produtos no exterior. A Administração Geral da Alfândega da China divulgou ontem dados segundo os quais, as importações e exportações da China em julho ultrapassaram US$ 200 bilhões, um aumento de 1% em comparação ao mês anterior. As exportações corresponderam a US$ 100 bilhões.
Na coletiva de imprensa realizada hoje pelo Gabinete de Informações do Conselho de Estado, Fu Ziying declarou que a manutenção da dimensão do comércio exterior tem papel de destaque para a economia chinesa. Ele disse:
"Numa época em que o comércio exterior está sendo tão prejudicado, conseguimos manter uma dimensão de US$2 trilhões e ainda ultrapassá-la, o que é necessário para que se possa usufruir dos mercados nacional e internacional, e preservar o desenvolvimento econômico estável e rápido".
De acordo com dados relativos ao comércio exterior divulgados recentemente pelos Estados Unidos, União Europeia e Japão, nos primeiros cinco meses, a proporção dos produtos importados da China nesses três países subiu mais de 3 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano passado.
Entretanto, Fu revelou os três fatores que afetam o atual comércio exterior da China.
"Considero inalterados os três fatores que afetam o comércio chinês com o exterior. É pequena a possibilidade de que a economia internacional seja revitalizada a curto prazo. Por outro lado, é observada uma mudança no modelo de consumo dos europeus. Sabemos que a taxa de depósito dos norte-americanos elevou de zero a 6,9%, o que prejudicou a exportação dos produtos chineses. O terceiro fator é o agravamento do protecionismo comercial".
Ao falar deste tema, o vice-ministro mencionou o caso da exportação de pneus da China para os EUA, que recentemente recebeu maior atenção da mídia. Para Fu, o caso não tem fundamentos nem sequer base jurídica. As exportações dos pneus da China aos EUA triplicaram entre 2004 e 2008. Neste mesmo período, os lucros dos fabricantes deste produto duplicaram. Isso significa que o aumento das exportações de pneus chineses não trouxe prejuízos concretos aos fabricantes. A ação dos EUA não beneficia nenhum dos dois, frisou Fu.
"A ação dos EUA viola as regras da OMC e trata-se de protecionismo comercial. Acho que tal comportamento prejudicou os próprios interesses dos norte-americanos. Desde 2002, o governo norte-americano apresentou um total de 6 reclamações formais contra a China referentes aos produtos especiais. Todas as vezes o governo chinês optou por não tomar nenhuma medida, levando em consideração os próprios interesses e as relações econômicas e comerciais China-EUA. Esperamos que desta vez o governo da Casa Branca possa tomar a decisão certa".
Fu assegura que a China deve aplicar um pacote de medidas para estabilizar a demanda no exterior, reajustando a estrutura industrial e pondo em prática as políticas em relação ao seguro de créditos, impostos de exportação, financiamento comercial e comércio de processamento.